TECENDO AS TEIAS DO ABANDONO: Além das percepções das mães de bebês prematuros / MAKING THE SOCIAL NET OF ABANDONMENT: In addition to the perceptions of mothers of premature babies

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Estudo descritivo com abordagem qualitativa, tendo como objetivo compreender as representações sociais das mães de bebês prematuros e o abandono desses. Nesse estudo, partimos do pressuposto de que os bebês prematuros estão mais expostos a serem abandonados, devido ao afastamento precoce das mães, longo tempo de internação e devido aos elevados índices de co-morbidades por elas apresentadas. A pesquisa foi realizada no setor da neonatologia, nos espaços da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), Unidade Mãe Bebê (UMB) e ambulatório segmento do HU-UFMA Unidade Materno-Infantil. O projeto só foi executado após aprovação do comitê de ética em pesquisa. Como critério de inclusão, foi adotado ser mãe de prematuro cujo bebê estivesse na UTIN. Foram consideradas fora do trabalho as mães de bebês mal formados e mães cujos bebês tenham sofrido anóxia. Nossa amostra seguiu os critérios da metodologia qualitativa de saturação de campo, participando 12 mães. A coleta de dados ocorreu no período de setembro 2007 a março 2008. Para isso, utilizamos a triangulação de instrumentos: leitura das fichas sociais localizadas nos prontuários dos RN, entrevistas semi-estruturadas com as mães e observação no momento das entrevistas e grupo focal. O tratamento dos dados baseou-se em princípios do método de análise de conteúdo na modalidade de análise temática. Dentre os resultados, destaca-se que a representação das mães, sobre o tema, vai sofrendo modificações, conforme o período da internação do bebê. No início, não é possível falar sobre o assunto, o que só ocorrerá em grupo, no ambulatório de segmento. As mães demonstram a necessidade de serem maternadas para aprender a cuidar. O abandono da mãe pelo companheiro e pela família e condições econômicas são fatores de risco para uma mãe abandonar um filho. Em termos de conclusão, ressalta-se a necessidade de uma rede de suporte constituída pelos profissionais, pelo companheiro e a família, nesse momento de fragilidade materna. Essa proteção deve iniciarse no pré-natal e se estender ao longo do período puerperal. Só a partir dessa proteção, essas mães vão poder resignificar o medo, a culpa e se empoderar nos cuidados com o bebê.

ASSUNTO(S)

infanticide adoção prematuridade adoption boarder babies prematurity abandono infantil abandoned infants abandono de bebês infanticídio saude materno-infantil

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