TAXONOMIA, BIONOMIA E ESTRUTURA DA COMUNIDADE DE LARVAS DE MEGALOPTERA (INSECTA) EM IGARAPÉS NOS ESTADOS DO AMAZONAS E RORAIMA, BRASIL

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

27/10/2009

RESUMO

A taxonomia, bionomia e estrutura da comunidade de larvas de Megaloptera (Insecta) associadas a alguns fatores abióticos dos igarapés, foram estudadas para os Estados do Amazonas e Roraima, Brasil. Foram amostrados 120 igarapés nos dois Estados no período de 2006 a 2008, onde duas famílias dessa ordem foram coletadas. Corydalidae com dois gêneros (Corydalus e Chloronia), sete espécies e duas morfoespécies: Corydalus affinis, Corydalus contrerasi sp. n., Corydalus batesii, Corydalus ignotus, Corydalus flavicornis, Corydalus nubilus, os morfótipos Corydalus sp. 1 e Corydalus sp. 2 e Chloronia hieroglyphica. A família Sialidae foi representada apenas por uma espécie (Protosialis flammata). Larvas de último estádio das espécies C. contrerasi sp. n., C. affinis e C. flavicornis foram descritas; essas duas últimas foram registradas pela primeira vez para Roraima e para o Brasil, respectivamente. O número de espécies de Megaloptera registrados para o Estado de Roraima foi ampliado para sete, para o Brasil 20 e, para a Região Neotropical 64. Chaves para identificar larvas em nível de família, gênero e espécie para a área de estudo foram fornecidas. Em condições de laboratório, o tempo de desenvolvimento embriológico de C. nubilus foi de aproximadamente duas semanas, similar ao relatado para espécies da Região Neartica. Larvas de Corydalus, Chloronia e Protosialis, de tamanhos similares aos adultos coletados para a área de estudo, foram mantidas em condições de laboratório por no máximo 332, 180 e 86 dias, respectivamente, até a emergência do adulto. Para esses mesmos gêneros, o tempo de duração do período de pré pupa foi de 7, 7 e 5 dias, respectivamente e, do estágio pupal foi de 14, 10 e 5 dias, respectivamente. Larvas de Cantharidae (Coleoptera) e Chloropidae (Diptera) foram observadas predando ovos de Corydalus spp. O comportamento sexual de C. affinis foi descrito pela primeira vez. A riqueza e abundância de espécies foram maiores para o Estado do Amazonas do que para o Estado de Roraima, e a composição de espécies nestes dois Estados diferiu. Apesar de algumas espécies terem sido relacionadas com alguns dos fatores abióticos analisados, a maioria foi generalista, ocorrendo em variadas condições ambientais. Alteração ambiental (desmatamento) não foi relacionada com alterações na comunidade de Megaloptera. Os resultados do presente estudo é um exemplo da importância da integração de estudos taxonômicos e bio-ecológicos, especialmente quando se trata de organismos que habitam ecossistemas aquáticos, cuja taxonomia é ainda, mundialmente, incipiente.

ASSUNTO(S)

insetos aquáticos megaloptera - larvas - aspectos ambientais taxonomia comportamento reprodutivo distribuição zoologia

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