Surto de conjuntivite aguda no período de 2017-2018 em Recife, Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras.oftalmol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2021-02

RESUMO

RESUMO Objetivo: Avaliar o perfil clínico, epidemiológico e o impacto econômico do surto de conjuntivite no período 2017-2018 no município de Recife-PE. Métodos: Estudo transversal com base na análise de prontuários de pacientes com diagnóstico de conjuntivite, atendidos na emergência da Fundação Altino Ventura entre dezembro/2017 e março/2018. Os dados coletados incluíram manifestações oculares no exame, complicações subsequentes, manejo e dias de licença médica. Resultados: Dos 12.712 pacientes atendidos na FAV entre dezembro de 2017 e março de 2018, 6.359 (50,0%) foram diagnosticados com conjuntivite, dos quais 3.543 pacientes (55,7%) foram atendimentos únicos. A média de idade dos pacientes ao atendimento foi de 29,5 ± 14,1 anos (variação, 1-85 anos), com distribuição semelhante entre os sexos (2.288 casos [50,1%] masculino; 2.282 casos [49,9%] feminino). O diagnóstico mais comum foi conjuntivite sem pseudomembrana (5.645 casos [88,8%]). Hiperemia conjuntival (6.278 casos [98,7%]) e reação folicular (6.255 casos [98,4%]) foram os achados mais frequentes ao exame. A complicação mais frequente foi pseudomembrana (1.062 casos [16,7%]). Os colírios lubrificantes (4.308 [67,7%]) e os colírios de associação antibiótico com corticoide (2.033 [32%]) foram os mais prescritos no tratamento. A média de dias de atestado médico foi de 4,8 ± 2,9 dias (variação, 1- 47 dias) e a perda de produtividade estimada em R$1.159.329,14. Conclusão: O surto de conjuntivite em Pernambuco foi responsável por metade das consultas em um pronto-socorro oftalmológico. Surtos de conjuntivite podem causar um impacto econômico, uma vez que afeta principalmente adultos jovens em idade produtiva. As características clínicas observadas sugerem um surto de conjuntivite de etiologia viral.

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