Surto de bouba aviária na forma cutânea em perus comerciais previamente vacinados

AUTOR(ES)
FONTE

Pesq. Vet. Bras.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-03

RESUMO

RESUMO: Este estudo descreve um surto de bouba aviária em perus previamente vacinados contra poxvirus aviário no Brasil. Os perus apresentaram lesões macroscópicas, sugestivas de bouba aviaria cutânea, na pele da cabeça e região cervical sem alteração nas taxas de mortalidade do lote. No abatedouro, 30 carcaças foram retiradas da linha de abate para coleta de dois fragmentos de pele com lesões para análise histológica e caracterização do vírus. A identificação do vírus foi realizada por PCR convencional e posterior sequenciamento. No exame histopatológico das lesões de pele, houve acantose, hiperqueratose e degeneração hidrópica. Corpúsculos de inclusão intracitoplasmáticos eosinofílicos (Bollinger) foram encontrados em 46,6% das amostras. A técnica de PCR detectou o DNA do vírus da bouba aviária em 83,3% do total de amostras. PCR associado com a histopatologia resultou em 93,3% de positividade para o vírus da bouba aviária. No estudo filogenético, as sequências resultaram em 100% de identidade, sugerindo que o surto ocorreu por uma única estirpe de vírus diferenciada das outras estirpes que acometem canários e pardais. Uma única mutação (Adenina para Guanina) foi detectada nas estirpes deste estudo e nas sequências de perus, galinhas e estirpes vacinais publicadas no GenBank. Além disso, quando a sequência da estirpe do presente estudo e as sequências das estirpes de canarypox e sparrowpox foram comparadas, a Timina foi encontrada em substituição a Adenina ou Guanina. A vacinação in ovo em dose única utilizada nos perus deste estudo aparentemente não forneceu proteção adequada contra a doença causada pelo poxvirus aviário. Entretanto, a revacinação na membrana da asa em perus com 45-60 dias de idade dos novos lotes controlou a doença. No ano subsequente, novos casos desta doença não foram registrados. Não foi possível confirmar a origem da estirpe viral, mas estirpes de campo oriundas de galinhas seria uma possibilidade, considerando a população na área e os aspectos de biosseguridade. Para caracterização ampla do avipoxvirus e diferenciação entre as estirpes, a sequência completa do genoma viral é requerida.

ASSUNTO(S)

avipoxvirus bouba aviária perus patologia gene fpv167 sequenciamento vacina

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