Substituição do farelo de soja por uréia de liberação lenta em dietas de terminação para bovinos de corte / Soybean meal replaced by slow release urea in finishing diets for beef cattle

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/02/2012

RESUMO

Objetivou-se avaliar os efeitos da substituição do farelo de soja por uréia de liberação lenta (0, 33, 66 e 100%) em dietas com dois níveis de concentrado (40 e 80%) sobre o consumo, digestibilidade parcial e total, fluxo de nutrientes, parâmetros ruminais, produção de proteína microbiana, eficiência proteica e balanço de nitrogênio em novilhos de corte em terminação. Foram utilizados oito novilhos de corte cruzados (Bos taurus x Bos indicus), com peso corporal médio (PC) de 418 40 kg e fistulados no rúmen e abomaso, que foram divididos em dois grupos de quatro, em que cada grupo recebeu um nível de concentrado. A alimentação basal foi composta de silagem de milho e o concentrado foi formulado à base de milho moído fino, farelo de soja, uréia de liberação lenta e mistura mineral. O experimento foi avaliado segundo delineamento em quadrado latino, com agrupamento de dois quadrados simultâneos. Dentro de cada quadrado, foram implementados quatro tratamentos, relativos à substituição da proteína do farelo de soja por uréia de liberação lenta (256 % de PB): 0, 33, 66 e 100 %. Verificou-se efeito linear decrescente (P<0,10) do nível de inclusão da uréia de liberação lenta sobre o consumo de matéria seca (MS), de proteína bruta (PB), de matéria orgânica (MO), de MS em relação ao peso corporal e dos teores de concentrado sobre o consumo de fibra em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), carboidratos não fibrosos (CNF) e FDNcp em relação ao peso corporal. Somente o coeficiente de digestibilidade ruminal da MO foi influenciado (P<0,10) pelo nível de concentrado na dieta, em que o menor nível de concentrado apresentou o maior valor para esta variável. Para todos os outros parâmetros de digestibilidade não houve diferença estatística (P>0,10) entre os tratamentos avaliados. As dietas com 80% de concentrado promoveram maior taxa de passagem (kp) da matéria seca e da matéria orgânica, não havendo diferenças estatísticas (P>0,10) para as kps da PB e da FDNcp. As variáveis relacionadas à taxa de digestão não foram influenciadas (P>0,10) por nenhum dos tratamentos avaliados. Verificou-se efeito cúbico (P<0,10) do nível de substituição do farelo de soja por uréia de liberação lenta sobre as concentrações de N-NH3 e quadrático para o pH em relação às horas de coleta para cada nível de concentrado testado Encontrou-se efeito quadrático (P<0,10) para as excreções de nitrogênio uréico na urina em gramas por dia e em miligramas por quilo de peso corporal. Os animais apresentaram maiores excreções de nitrogênio total na urina em gramas por dia conforme foram aumentados os níveis de uréia de liberação lenta, porém não foram encontrados efeitos significativos para o nitrogênio total na urina em mg/kg de PC, nas concentrações de nitrogênio uréico no soro e na relação NUU/NU. Os compostos nitrogenados ingeridos, excretados nas fezes, o balanço dos compostos nitrogenados e a eficiência de uso do nitrogênio decresceram linearmente (P<0.10) conforme se aumentava os níveis de ULL nas dietas, ao passo que os compostos nitrogenados excretados na urina cresceram linearmente (P<0.10) com o aumento de ULL. Já o nitrogênio microbiano e a eficiência microbiana não foram afetados significativamente (P>0,10) pelos tratamentos avaliados. A ULL diminui o consumo de MS, MO e PB de bovinos em terminação, mantendo, entretanto, o consumo de nutrientes digestíveis totais inalterado. O uso de ULL em substituição ao farelo de soja em dietas para bovinos em terminação não altera a eficiência e a produção de proteína microbiana, a digestibilidade e nem as taxas de digestão e passagem da MS, MO, PB e FDNcp. A substituição do arelo de soja por uréia de liberação lenta permite melhor recuperação do pH ruminal após atingir o valores mínimos em dietas com alto concentrado quando comparada ao farelo de soja.

ASSUNTO(S)

amônia ruminal crescimento microbiano proteína ruminantes nutricao e alimentacao animal ruminal ammonia microbial growth protein ruminants

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