Substituição do farelo de soja por levedura seca inativa em dietas de ovinos / Replacement of soybean meal for inactive dry yeast in diets of lambs

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

15/07/2011

RESUMO

Este estudo foi conduzido com base em dois experimentos, objetivando-se avaliar o consumo e a digestibilidade aparente dos nutrientes, o pH e a concentração de amônia ruminal e o balanço de nitrogênio (Experimento 1) e o consumo de nutrientes, o desempenho produtivo e a qualidade da carne de ovinos (Experimento 2) alimentados com dietas contendo diferentes níveis de substituição (0, 33, 67 e 100%, na matéria seca) do farelo de soja por levedura seca inativa. As dietas consistiram de 60% de concentrado e 40% de silagem de milho e foram formuladas para serem isonitrogenadas (15,5% de proteína bruta, na matéria seca). No experimento 1, foram utilizados quatro ovinos Santa Inês, não castrados, com peso médio inicial de 25,63,1 kg, fistulados no rúmen, distribuídos em um Quadrado Latino 4 x 4. Cada período experimental teve duração de 17 dias, sendo 10 para adaptação às dietas e sete para a coleta de dados. Foi feita coleta total de fezes e urina do 11 ao 16 dia de cada período experimental para determinação da digestibilidade aparente dos nutrientes e do balanço de nitrogênio. As coletas de líquido ruminal para as mensurações de pH e amônia ruminal foram realizadas antes, 2, 4 e 6 horas após a alimentação, no 17 dia de cada período experimental. Os consumos de matéria seca (MS), matéria orgânica (MO), proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra insolúvel em detergente neutro corrigida para cinzas e proteína (FDNcp), carboidratos não fibrosos (CNF) e nutrientes digestíveis totais (NDT) em g/dia, não foram afetados (P>0,05) pelos níveis de levedura seca inativa. Os consumos de MS e FDNcp (g/kg), decresceram linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de levedura seca nas dietas. Os diferentes níveis de levedura seca inativa não promoveram variações (P>0,05) na digestibilidade aparente de CNF. Observou-se efeito quadrático (P<0,05) de níveis de levedura sobre as digestibilidades aparentes de MS, MO, PB, EE e FDNcp, bem como para o teor de NDT, estimando-se valores máximos de digestibilidade e NDT de 79,30, 81,67, 80,33, 75,52, 63,57 e 80,87%, respectivamente, para os níveis de 43,96, 44,71, 44,07, 43,91, 43,27 e 48,06% de levedura seca inativa. Observou-se efeito de dietas e de tempo de coletas para a concentração de nitrogênio amoniacal no rúmen, cujos dados ajustaram-se a um modelo quadrático. Não foi observado efeito de dietas (P>0,05) para o pH ruminal, no entanto observou-se efeito de tempo de coletas, cujos dados ajustaram-se a um modelo quadrático. O balanço de nitrogênio não foi afetado (P>0,05) pelos níveis de levedura seca inativa. No experimento 2, avaliou-se o consumo, o ganho de peso, o ganho médio diário de carcaça, o rendimento de carcaça, a conversão alimentar e a qualidade da carne de ovinos recebendo as mesmas dietas do experimento 1. Foram utilizados 36 ovinos Santa Inês, não castrados, com peso médio inicial de 20,20,5 kg, distribuídos num delineamento em blocos casualizados, com quatro tratamentos e nove repetições. O experimento teve duração de 78 dias, divididos em três períodos de 21 dias, após 15 dias de adaptação. Os consumos de MS, MO, PB, EE, FDNcp, CNF e NDT não foram afetados pelos níveis de levedura seca inativa nas dietas (P>0,05). O ganho médio diário, ganho médio diário de carcaça, rendimento de carcaça e a conversão alimentar não foram afetados (P>0,05) pelos níveis de levedura seca inativa nas dietas. A espessura de gordura subcutânea reduziu linearmente (P<0,05) com o incremento dos níveis de levedura seca inativa nas dietas. Observou-se efeito quadrático (P<0,01) de levedura seca inativa sobre a temperatura inicial das carcaças, apresentando valor máximo de 37,26C ao nível de 48,35% de levedura seca. Os valores de amarelidez da carne ajustaram-se a um modelo quadrático (P<0,05), estimando-se valor mínimo de 7,49 para o nível de 63,29% de levedura seca. A luminosidade da carne reduziu linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de levedura seca inativa. Os teores de proteína bruta e cinzas da carne aumentaram linearmente (P<0,05) e os teores de gordura intramuscular reduziram linearmente (P<0,05) com o aumento dos níveis de levedura seca inativa nas dietas. As perdas por exsudatos e a maciez da carne dos animais não foram afetados (P>0,05) pelos níveis de levedura seca inativa. A levedura seca inativa pode substituir até 100% do farelo de soja em dietas de ovinos, sendo a utilização deste co-produto dependente de fatores de ordem econômica e disponibilidade no mercado.

ASSUNTO(S)

consumo digestibilidade ganho de peso ph ruminal qualidade de carne consumption, digestibility, weight gain, ruminal ph, meat quality avaliacao, producao e conservacao de forragens

Documentos Relacionados