Subjetividade e devir à luz da filosofia de Deleuze e Guattari: contribuições para uma psicologia / Subjectivity and becoming enlightened by Deleuze and Guattaris Philosophy: contributions to the Psychology

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

03/04/2012

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivo inicial abordar a questão da subjetividade considerando de um lado, este problema em relação à psicologia, e num segundo momento a discussão sobre a (produção de) subjetividade e devir desenvolvida na obra Deleuze e Guattari (Mil Platôs). Trata-se de entender como é possível articular a crítica dos processos de subjetivação, tal como a realizada pelos autores, com uma idéia de subjetividade, sem com isso desembocar numa psicologia do sujeito. Isto é, que subjetividade é essa, que não se confunde com suas estratificações, e que parece antes a possibilidade de uma vida, sem ser por isso uma subjetividade transcendental, mas um campo de imanência como afirmam os autores? Para respondermos esta questão, consideramos inicialmente o problema da subjetividade tal como ele emerge na psicologia, em razão de seus percursos teórico metodológicos, para num segundo momento - sob o viés dos agenciamentos e dos devires - discutirmos a questão da produção de subjetividade e os processos de singularização. De um lado, temos os agenciamentos maquínicos de corpos e os agenciamentos coletivos de enunciação, que articulando formal e substancialmente conteúdo e expressão atuam dimensionando o campo da experiência: os dispositivos. Por outro lado, temos os devires ou afectos, enquanto linhas de fuga que arrastam a subjetividade para zonas relacionais indiscerníveis que fazem vacilar o Eu na impessoalidade do Acontecimento. Portanto, é no campo das singularidades pré-individuais, nas relações entre forças que se compõe a experiência para além dos limites do perceptível. Ou seja, é a partir do entre-jogo das forças que se esboça a idéia de uma subjetividade (empírico-transcendental), simultaneamente: produto das relações de forças, e o próprio campo de forças que torna possível toda a relação entre as forças. Partindo desta perspectiva, cabe à psicologia fazer a cartografia dos afetos que são imanentes à constituição da subjetividade, segundo a qualidade das linhas (duras, maleáveis ou de fuga) e seus graus de intensidade. Não se trata de conceber uma teoria do sujeito, enquanto subjetividade substancializada no Eu, à moda da idade da representação. Para pensar em uma subjetividade livre do sujeito necessitamos pensá-la sobre o plano de composição das forças que tornam possível sua própria vida, forças estas sempre imanentes à própria experiência sensível com o mundo: hecceidades. O plano de imanência constitui o elemento genealógico da produção do real e que pode ser estudado sinteticamente por uma psicologia levando em conta as conexões, disjunções e conjunções que aí operam. Concluímos acreditando que essa discussão com Deleuze e Guattari poderá contribuir para com a psicologia, abrindo novas veredas, no sentido alçar luz sobre os processos que chamamos de subjetivação-dessubjetivação, tomados por nós como elementos-chave para uma análise da produção de subjetividade no mundo capitalista contemporâneo.

ASSUNTO(S)

devir esquizoanálise produçao de subjetividade psicologia psychology schizoanalysis singularidade subjectivity

Documentos Relacionados