Study of the relationship between ethanol induced behavioral sensitization and restraint stress: association with corticosterona levels. / Estudo da relação entre sensibilização comportamental ao etanol e estresse de restrição de movimentos: associação com níveis de corticosterona.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

Há relatos de sensibilização cruzada entre drogas de abuso e eventos estressores. Por um lado, a exposição a um estressor pode induzir resposta comportamental sensibilizada a uma droga. Por outro lado, a administração repetida de drogas pode induzir uma sensibilização neuroendócrina do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA), levando a um aumento exacerbado da secreção de hormônios relacionados ao estresse. Os objetivos do presente estudo foram verificar se animais com alta sensibilização ao efeito estimulante do etanol apresentavam elevação dos níveis de corticosterona (CORT) em resposta ao estresse de restrição de movimentos e se a exposição (aguda ou repetida) a este estressor afetaria a resposta comportamental locomotora, aguda ou repetida, à administração de etanol. No experimento 1, camundongos cronicamente tratados com 2,2 g/kg de etanol (i.p.) ou com salina foram submetidos ao estresse de restrição por 1 h e amostras de sangue foram coletadas para dosagem de CORT plasmática. A exposição ao estresse aumentou os níveis de CORT, independente do pré-tratamento (etanol ou salina). No experimento 2, os camundongos foram inicialmente submetidos ao estresse de restrição por 1 h e 24 h depois, iniciou-se tratamento por 14 dias com etanol (2,2 g/kg) ou com salina. A exposição prévia ao estresse não alterou a resposta locomotora, aguda ou repetida, ao etanol ou salina. No 14 dia de tratamento, os animais que receberam etanol apresentaram maiores níveis de CORT do que os animais que receberam salina (p<0 05). No experimento 3, os camundongos foram inicialmente submetidos ao estresse de restrição por 7 dias (1h/dia) e 24h depois iniciou-se o tratamento com 2,2 g/kg de etanol ou com salina. A exposição prévia ao estresse repetido não alterou a resposta locomotora, aguda ou repetida, ao etanol ou à salina. No desafio realizado 4 dias após o final do tratamento, os animais que receberam etanol apresentaram maiores níveis de CORT do que os animais que receberam salina (p<0,05). Além disso, animais previamente submetidos ao estresse apresentaram maiores níveis de CORT do que animais não estressados (p<0,05). Esses resultados sugerem que a sensibilização ao efeito estimulante do etanol não induziu sensibilização da liberação de CORT em resposta ao estresse de restrição e que a exposição, aguda ou repetida, a este estresse não foi suficiente para influenciar a resposta locomotora ao etanol, aguda ou cronicamente. Ou seja, não foi observada sensibilização cruzada entre etanol e estresse de restrição.

ASSUNTO(S)

psiquiatria 1. etanol. 2. estresse. 3. efeito estimulante. 4. corticosterona.

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