“Study of the daily life and quality of life of persons with chronic renal failure (crf), in hemodialysis.” / "Estudo do cotidiano e qualidade de vida de pessoas com insuficiência renal crônica (IRC), em hemodiálise"

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2006

RESUMO

A insuficiência renal crônica (IRC) é considerada um grande problema de saúde pública, devido às altas taxas de morbidade e mortalidade. Os insuficientes renais crônicos (IRCs) apresentam várias dificuldades em seu cotidiano, como: constantes visitas ao médico, sessões de hemodiálise e restrições alimentares; fatores que desestruturam seu cotidiano e comprometem sua qualidade de vida. Essa pesquisa tem como objetivo avaliar a percepção das pessoas com IRC com relação a atividades cotidianas e ocupacionais, junto a dois serviços públicos de saúde em Ribeirão Preto; assim como avaliar a percepção da qualidade de vida dentro dos seguintes domínios: Físico, Psicológico, Social e Meio Ambiente. A amostragem analisada foi composta por 70 indivíduos adultos que recebiam hemodiálise, de ambos os sexos (35 homens e 35 mulheres), com idades variando entre 17 e 60 anos. Os dados foram coletados através da aplicação de três questionários: o primeiro estruturado para a caracterização de dados sócio-demográficos, o segundo para a auto-avaliação do Funcionamento Ocupacional (SAOF) e o terceiro para a Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde (WHOQOL-bref). Os instrumentos foram úteis e de importância para avaliar a qualidade de vida e o desempenho ocupacional dessas pessoas: observou-se na aplicação do SAOF que, embora a predominância dos resultados possa ser considerada satisfatória, a área com maior escolha da alternativa “necessidade de melhora” foi a de hábitos e valores (20% e 20,5%, respectivamente). Apesar da porcentagem não ser muito alta, é aqui que as dificuldades com relação à organização do cotidiano são mais evidentes, principalmente frente às mudanças de rotinas e expectativas quanto ao futuro. Na aplicação do WHOQOL-bref, constatou-se que os pacientes que se auto-avaliaram com menor média de qualidade de vida são os que têm cônjuge (54.6%), os que estão há mais de um ano em hemodiálise (52.6%), e os pacientes do sexo masculino (58.6%). A variável “anos de escolaridade” mostrou que as pessoas com menos instrução apresentam menor avaliação de sua qualidade de vida nos domínios Físicos (51.1%), Social (61.0%) e Meio Ambiente (61.1%). Entende-se, portanto, que a Terapia Ocupacional apresenta recursos instrumentais para a reestruturação do cotidiano desses pacientes, podendo constituir-se em valiosa contribuição para a assistência.

ASSUNTO(S)

chronic renal failure cotidiano e qualidade de vida hemodiálise hemodialysis insuficiência renal crônica daily life and quality of life

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