Study of Bacillus cereus biofilmes and planktonic cells front to a quaternary ammonium based sanitizer used in the dairy industry / Estudo de biofilmes e células planctônicas de Bacillus cereus frente a um sanificante à base de composto de quaternário de amônio utilizado na indústria de laticínios

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

O Bacillus cereus é um patógeno amplamente distribuído na natureza, relacionado a intoxicações alimentares e causador da coagulação doce do leite. A intoxicação pode ocorrer após a ingestão de alimentos nos quais a bactéria produziu a toxina. Em laticínios, o B. cereus é problemático por sua habilidade de formar esporos resistentes ao calor e sobreviver aos tratamentos térmicos, como a pasteurização e UHT. As espécies de Bacillus são freqüentemente isoladas de leite pasteurizado e UHT e evidências indicam que os biofilmes formados nas superfícies dos equipamentos de processamento são uma das principais fontes de contaminação. No biofilme, as células ou esporos aderidos, têm aumentada sua resistência e podem resistir ao processo de sanificação, se tornando focos de disseminação de bactérias no processo. A matriz polimérica do biofilme reage e neutraliza os agentes sanificantes, expondo as bactérias em seu interior a doses subletais, podendo levar a aquisição de resistência. Neste estudo, biofilmes de células vegetativas B. cereus foram desenvolvidos na superfície de aço inoxidável, tipo 304, com filme de condicionamento de leite. A adesão média das células foi de 1,4 x 105UFC/cm2. Também foram desenvolvidos biofilmes de esporos, com adesão média em aço inoxidável de 1,4 x 104UFC/cm2. Foi avaliada a resistência das células vegetativas e esporos de B. cereus em biofilmes, ao processo simulado de higienização por clean in place (CIP) realizado em laticínios. Após a limpeza a adesão das células vegetativas em aço inoxidável foi reduzida a aproximadamente 1CFU/cm2. Após a sanificação, os resultados permaneceram inalterados. A contaminação remanescente foi relacionada com a maior resistência das células nos biofilmes formados. Após a limpeza e sanificação a adesão média dos esporos foi de 8,9 x 101 UFC/cm2 e 3,3 x 101 UFC/cm2, respectivamente. Tendo em vista este resultado, foi observado que esporos de B. cereus são mais difíceis de remover de superfícies de aço inoxidável do que células vegetativas, com procedimentos CIP. Finalmente, foi realizada a exposição de células vegetativas de B. cereus a três concentrações subletais (3,9; 1,8 e 0,9µg/mL) de cloreto de alquil amidopropil dimetil benzil amônio para avaliação da adaptação pelo método da concentração inibitória mínima (CIM). A aquisição de resistência foi avaliada pela comparação do valor inicial de CIM (7,4µg/mL), com os valores finais, após 28 dias de exposição. Após o período de adaptação, o valor de CIM encontrado foi o dobro do original (14,9µg/mL) indicando aquisição de resistência ao sanificante pela cepa. Foi constatado ainda que o cultivo da cepa na menor concentração subletal apresentou resultados mais coerentes, sugerindo que exposição a doses subletais mais brandas resulta em uma maior resposta adaptativa.

ASSUNTO(S)

bactérias patogênicas - resistência biofilmes bacillus cereus sanitizers. higiene de alimentos biofilms indústria de laticínios. dairy industry

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