STUDY OF ANTINOCICEPTIVE ACTIVITY OF ADENOSINE IN MICE ANALYSIS OF MECHANISM OF ACTION / ESTUDO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DA ADENOSINA EM CAMUNDONGOS - ANÁLISE DO MECANISMO DE AÇÃO

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2005

RESUMO

A adenosina e adenosina 5-trifosfato (ATP) exercem um papel modulatório na resposta inflamatória e na transmissão dolorosa. Nesse sentido, vários estudos pré-clínicos e clínicos apontam o uso da adenosina e seus análogos no tratamento da dor, nas doenças inflamatórias, neurológicas e também em cardiopatias. O objetivo deste estudo foi analisar a ação modulatória da adenosina no controle da nocicepção, bem como o(s) possível (is) mecanismo(s) envolvido(s) na ação antinociceptiva desta, através de estudos farmacológicos in vivo utilizando diferentes modelos de nocicepção. Para essa finalidade, foram utilizados camundongos Swiss machos pesando entre 25 e 35 g, mantidos no Biotério Central da UNIVALI. Os modelos farmacológicos utilizados foram os modelos da formalina, capsaicina, glutamato, placa quente, open field e o estudo do mecanismo de ação foi realizado utilizando-se o modelo de dor induzido pela formalina. A adenosina administrada via i.p. (10-300 mg/kg), v.o. (50-500 mg/kg) ou i.pl. (50-500 μg/pata) causou redução de forma dose dependente da nocicepção induzida pela injeção intraplantar de formalina, capsaicina e glutamato em camundongos. Além disso, a adenosina (100 mg/kg, i.p.) também causou significante atividade antinociceptiva quando analisada no modelo da placa quente. Da mesma forma ela foi efetiva em reduzir a nocicepção induzida pela formalina tanto administrada profilaticamente quando terapeuticamente. Seu efeito antinociceptivo (100 mg/kg, i.p.) foi completamente prevenido pelo pré-tratamento dos animais com cafeína (3 mg/kg, i.p.), DPCPX (5 mg/kg, i.p.), ZM241385 (3 mg/kg, i.p.), ioimbina (0,15 mg/kg, i.p.), cetanserina (1 mg/kg, i.p.), metilsergida (5 mg/kg, i.p.), L-arginina (600 mg/kg, i.p.), haloperidol (0,2 mg/kg, i.p.), mas não foi afetado pelo pré-tratamento com naloxona (1 mg/kg, i.p.), bicuculina (0,7 mg/kg, i.p.), faclofeno (3 mg/kg, i.p.) ou após adrenalectomia bilateral dos animais. Foi analisado também os possíveis efeitos da adenosina sobre a performance motora dos animais através do modelo do open field, sendo que o pré-tratamento dos animais com a mesma não promoveu alterações comportamentais quando comparados com o grupo controle. Em conjunto, estes resultados demonstram que a adenosina apresenta um importante efeito antinociceptivo, e embora o seu mecanismo de ação não tenha sido totalmente esclarecido, observou-se que ocorre o envolvimento dos receptores adenosinérgicos do tipo A1 e A2A, da via da L-arginina-óxido nítrico, dos sistemas dopaminérgico, α2-adrenérgico e serotonérgico, mas não do sistema GABAérgico, opióide ou do eixo HPA, na ação antinociceptiva produzida por ela. Finalmente, o presente estudo indica fortemente que a adenosina possui potencialidades terapêuticas no controle da dor e desta forma pode tornar-se útil para o desenvolvimento de novos fármacos com ação analgésica.

ASSUNTO(S)

adenosina adenosine farmacia dor - tratamento camundongos antinociception antinocicepção mice

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