Striae distensae : estudo clinico e da expressão de receptores de estrogeno, androgeno e glicocorticoide por Western blot / Striae distensae : clinical study and estrogen, androgen and glicocorticoid expression by Western blot
AUTOR(ES)
Raquel Cristina Tancsik Cordeiro
DATA DE PUBLICAÇÃO
2009
RESUMO
A estria atrófica cutânea ou striae distensae (SD) é uma afecção muito comum, sendo causa freqüente de procura por consultas dermatológicas. Ainda que não representem qualquer risco à saúde física, produzem impacto emocional e induzem busca por tratamentos trabalhosos, caros e dolorosos e, com freqüência, inadequados. Além disso, o surgimento de striae distensae pode refletir alteração do tecido conjuntivo e indicar condições patológicas locais e sistêmicas. Alguns autores descrevem as estrias cutâneas como uma condição de estiramento ou distensão da pele, com perda ou ruptura das fibras elásticas na região acometida. Entretanto, vários autores observam que as estrias não surgem com frequência sobre a pele acima de tumores abdominais, ascites, hemorragias extensas ou grandes hérnias. Atualmente admite-se que sua etiopatogenia é multifatorial, englobando aspectos mecânicos, bioquímicos e genéticos. No entanto, considerando-se a multiplicidade de fatores envolvidos, a literatura é divergente e inconclusiva. Portanto, através do estudo de fatores clínicos associados às SD e dos receptores hormonais (estrógeno, andrógeno e glicocorticóide), pretendeu-se entender melhor a participação dos hormônios na fisiopatogênese das estrias. Para o estudo clínico foram selecionados pacientes com queixa de estrias cutâneas e a comparação foi feita com grupo controle de número semelhante, atendido aleatoriamente por outras queixas no Ambulatório Geral de Dermatologia do HC, FCM/UNICAMP. O estudo da expressão dos receptores hormonais foi realizado por Western blot em oito amostras de pele de estrias recentes, com menos de um ano de evolução, comparando com a avaliação de pele sem lesão de região palpebral de oito pacientes que se submenteram a blefaroplastia. Observou-se que fatores como adolescência, gestação e obesidade estão significativamente relacionados ao surgimento das SD. Constatou-se ainda que a idade materna jovem e o ganho ponderal durante a gestação são importantes fatores associados ao desenvolvimento das lesões. Além disso, a localização das lesões correlaciona-se ao fator causador das estrias. Em relação ao estudo dos receptores hormonais, observou-se que na SD recentes há duas vezes mais expressão de receptores de estrógeno e 1,7 vezes mais expressão receptores de andrógeno e glicocorticóide. Alguns autores interpretam SD como cicatrizes. Após influência hormonal, haveria uma reação inflamatória inicial que determinaria a destruição de fibras elásticas e colágenas. O processo seria seguido de regeneração das fibras, um fenômeno de remodelação dinâmica,ou seja, um balanço entre síntese de colágeno e sua quebra, o qual reestrutura o tecido para acomodar as forças que agem sobre ele, resultando na formação das SD. O balanço entre a expressão de receptores de estrógeno, andrógeno e glicocorticóide poderia induzir as modificações específicas da matriz extracelular, o que levaria a esse fenômeno de remodelação. Em concordância com outros estudos, observamos que as estrias surgem em situação de grande modificação sistêmica, como adolescência e gestação. Através das observações morfológicas e moleculares, nota-se que as SD estão correlacionadas com intensas alterações do tecido conectivo. Os resultados mostram-se relevantes e representam mais um passo na compreensão do mecanismo fisiopatológico da estrias cutâneas e abrem espaço para novas linhas de pesquisa, relacionadas às SD e a outras alterações do tecido conectivo
ASSUNTO(S)
receptor receptor physiopathology androgen fisiopatologia epidemiologia receptores de androgeno epidemiology estrogenos - receptores estrogen
ACESSO AO ARTIGO
http://libdigi.unicamp.br/document/?code=000445211Documentos Relacionados
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