Stents farmacológicos para o tratamento de coronárias de fino calibre: experiência muito tardia (até 7 anos) do Registro DESIRE

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Cardiologia Invasiva

DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

INTRODUÇÃO: Neste estudo, buscamos avaliar os resultados clínicos de pacientes com lesões coronárias em vasos de fino calibre, numa coorte de pacientes do mundo real submetidos a intervenção coronária percutânea (ICP) com stents farmacológicos. MÉTODOS: Entre maio de 2002 e dezembro de 2009, 1.380 pacientes consecutivos do Registro DESIRE (Drug Eluting Stents In the Real World), com 1.683 lesões em vasos de fino calibre (< 2,5 mm de diâmetro), foram submetidos a ICP, eletiva ou de urgência, com implante de 1.818 stents farmacológicos (CypherTM, 89%; TaxusTM, 7,5%; Xience V TM/PromusTM, 3%; EndeavorTM, 0,33%; BiomatrixTM, 0,2%) e incluídos neste estudo. O seguimento clínico de até 7 anos (mediana, 2,8 anos) foi completo em 98%, sendo obtido com 1, 6 e 12 meses e, então, anualmente. Tivemos como objetivo determinar as taxas de eventos cardíacos adversos maiores (ECAM) ao longo do período do acompanhamento clínico. RESULTADOS: A média de idade foi de 64,5 ± 11,7 anos, com predomínio de pacientes do sexo masculino (76,7%). Diabetes melito foi encontrado em 31,6% dos casos e 9,8% eram portadores de insuficiência renal crônica. A artéria descendente anterior foi o vaso mais frequentemente tratado (43,4%) e dois terços das lesões eram de alta complexidade (B2/C). Sucesso angiográfico do procedimento foi obtido em 98,8% dos casos. A taxa de ECAM foi de 12,8% durante o seguimento, com 4,5% de óbito cardíaco, 4,2% de infarto agudo do miocárdio, 4,5% de nova revascularização da lesão-alvo e 1,5% de trombose do stent. CONCLUSÕES: No Registro DESIRE, o tratamento de vasos de pequeno calibre com stents farmacológicos, em pacientes não-selecionados, associou-se a excelentes resultados agudos e tardios, e a baixas taxas de trombose ao longo da evolução.

ASSUNTO(S)

stents farmacológicos angioplastia transluminal percutânea coronária reestenose coronária

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