Status imunológico de cães vacinados contra o vírus da Raiva em Fortaleza, Ceará.

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

A raiva é uma enfermidade zoonótica, viral, invariavelmente fatal e que acomete todos os mamíferos. É uma das doenças mais graves da saúde pública. Esta enfermidade encontra-se disseminada em todo o mundo, sendo erradicada em poucos países como no Japão. O Brasil apresenta estágios diferentes do controle da raiva, algumas áreas endêmicas e outras áreas livres. A região Nordeste é a mais acometida em número absoluto de casos. O estado do Ceará apresentou por diversos anos seguidos o maior número de ocorrências da América Latina. Atualmente, o panorama é diferente, uma vez que Fortaleza há quatro anos não apresenta casos da Raiva, nem humanos e nem animais. Esta cidade realiza duas campanhas anuais de vacinação animal, entretanto não faz nenhum controle de raiva silvestre, o que demonstra que esse quadro pode no futuro reverter-se. Estudos comprovam que a vacinação animal pode apresentar falhas, ligada a uma má resposta do sistema imune do animal, por imperícia do vacinador, por má conservação ou a partir do uso de um imunobiológico de qualidade duvidosa. Estudos demonstraram que em amostras de soro de cães vacinados que foram submetidas à soro neutralização, a maioria desses animais não apresentaram títulos de anticorpos suficientes para garantir-lhes proteção (acima de 0,5 U.I/mL, de acordo com a OMS). Baseado nesses estudos prévios, o objetivo desse trabalho foi verificar o percentual de cães em Fortaleza, na Secretaria Executiva Regional III, que não apresentam títulos de anticorpos seguros. Para isto, 100 animais selecionados nos 15 postos da SER III tiveram sangue coletados. Foram formados 2 grupos: não-vacinados e vacinados. Os animais vacinados anteriormente à pesquisa foram imunizados com a vacina Fuenzalida e Palácios e no presente ano, 2009, em que foi realizada essa pesquisa foi introduzida um novo imunobiológico na campanha de vacinação animal: a vacina Rabiffa, de cultivo celular. A coleta foi divida em duas fases: antes da inoculação do imunobiológico e 60 dias após. Os soros obtidos foram armazenados no LABOVIR-UECE e o exame de titulação de anticorpos foi realizado no CCZ de São Paulo. Os resultados da primeira coleta mostraram que somente 03 dos animais do grupo 1 tinham titulação que garantisse proteção. Já no grupo 2, 12 animais estavam protegidos contra a doença. Na segunda coleta, no grupo 1, um total de 85% dos animais estavam protegidos e no grupo 2, 100% deles estavam protegidos. Com isso, concluí-se que o atual estado imunitário dos cães da Secretaria Executiva Regional III, da cidade de Fortaleza é satisfatório.

ASSUNTO(S)

imunobiological imunobiológico raiva coleta titration outros rabies titulação

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