Spread evaluation of bupivacaine in the epidural anesthesia of dogs / Avaliação da dispersão da bupivacaína na anestesia peridural em cães

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O emprego da anestesia peridural em cães vem se tornando mais freqüente na prática clínica em comparação a anestesia geral. O aumento de publicações científicas a respeito da técnica comprova esta afirmação. No entanto, a literatura referente à dispersão de bloqueio anestésico em relação à dose, concentração e volume utilizados é conflitante. O objetivo deste estudo foi avaliar a dispersão da bupivacaína no espaço peridural, analisando os bloqueios sensitivo, motor e autonômico, bem como seu comportamento na medula de cães. Para tanto, foram utilizados 20 cães fêmeas com pesos de 9,9 ± 1,9 kg e comprimento de coluna de 53,4 ± 5,1 cm, sendo divididos em 4 grupos de 5 animais. O volume administrado por grupo foi de 0,2; 0,4; 0,6; e 0,8 mL/kg de uma solução padrão de bupivacaína 0,25% e azul de metileno. Após inserção de cateter na artéria femoral e no espaço peridural lombossacro, com os animais em estação e acordados, foram administrados diferentes volumes da solução padrão. As avaliações foram feitas ao final da administração em 2, 5, 10, 15, 20 e 30 minutos. Além de FC e PAM, a avaliação do bloqueio sensitivo foi feita por pinçamento dos dermátomos acima das vértebras, da cauda, interdígito, ânus e vulva dos animais. O bloqueio motor foi avaliado observando-se o tempo para ocorrência de ataxia e de incapacidade de sustentação do próprio peso e diminuição do tônus muscular dos membros pélvicos e cauda. O bloqueio autonômico foi avaliado através da diferença das temperaturas cutâneas ao longo da coluna entre a basal e as aferidas aos 15 minutos. Após 30 minutos os animais foram eutanasiados e feitas laminectomias seriadas com exposição da medula espinhal para análise da mancha produzida pelo azul de metileno na duramater. Como resultados, observaram-se diminuição da FC dos 5 minutos até os 30 e de PAM dos 20 aos 30 minutos. Com 0,2 mL/kg de bupivacaína 0,25% foram bloqueados em média 5 dermátomos, 0,4 mL/kg bloqueou 14,2 dermátomos e 0,6 mL/kg bloqueou em média 20,2 dermátomos, sendo estatisticamente diferentes. Já 0,8 mL/kg bloqueou 21 dermátomos e não diferiu de 0,6. Aos 5 minutos, em média, ocorreu ação anestésica significativamente mais intensa até os 20 minutos, sugerindo inicio e final de ação do fármaco. Quando comparadas as tendências de insensibilização e diminuição de tônus muscular da região caudal dos animais, observou-se uma ação mais intensa e duradoura do bloqueio motor em relação ao sensitivo. Os tempos para aparecimento de ataxia e incapacidade de sustentação do peso foram maiores quanto maior o volume administrado do anestésico, e, em todos os grupos, a temperatura cutânea ao longo da coluna vertebral aumentou aos 15 minutos de anestesia no sentido caudo-cranial. A mancha de azul de metileno foi crescente com o aumento de volume de 0,2 a 0,4 mL/kg e não dispersou mais com a aplicação de mais anestésico. Concluiu-se que quanto maior o volume de bupivacaína 0,25% administrada, mais cranial é o bloqueio sensitivo, até um limite de 0,6 mL/kg, e maior sua dispersão, até um limite de 0,4 mL/kg. Ou seja, entre esses 2 volumes quanto mais anestésico se administrar mais dermátomos serão bloqueados sem aumento de dispersão do mesmo no canal medular. A anestesia peridural com bupivacaína em cães causa bloqueio motor mais intenso e duradouro do que sensitivo em sua região caudal. Há aumento de temperatura cutânea no sentido caudo-cranial

ASSUNTO(S)

anestesia epidural/veterinária bupivacaine anesthesia epidural/veterinary dogs cães azul de metileno bupivacaína methylene blue

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