SPEECH FOR WRITING: the establishment of a habitus / DA FALA PARA A ESCRITA: a instauração de um habitus

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

O presente trabalho trata da relação entre fala e escrita e suas condições de produção, a partir da análise de textos elaborados por alunos ao término do ensino médio, numa escola da rede pública estadual. Objetiva identificar o que justifica o chamado baixo rendimento, continuamente apontado nos relatórios do Exame Nacional do Ensino Médio, como prova inquestionável da pouca competência de alunos da rede pública. Busca registrar de que forma as discriminações passam pela escrita e são legitimadas por meio do discurso meritocrático do Enem. Para tal discussão, foi feito o entrelaçamento entre a Linguística e a Sociologia da Educação. Os estudos de Saussure, Chomsky e Bakhtin constituem o ponto de partida para que se possam problematizar as concepções de linguagem e de competência adotadas no Enem. O conceito de língua como heterogeneidade ordenada de Labov, acrescido das pesquisas de Bortoni-Ricardo sobre a fala e a escrita na escola, configura-se como elemento fundamental para o entendimento de como as discriminações se efetivam, sob o estigma de erro, a partir da variante linguística utilizada por determinado grupo social. Os estudos antropológicos de Goody permitem entender de que maneira a introdução da escrita marca a reformulação do pensamento e redefine as práticas de linguagem legítimas numa sociedade. A Sociologia da Educação de Bourdieu fornece instrumentos determinantes para análise dos critérios formais do Enem, no sentido de entender como o encontro entre o habitus de classe, que o aluno carrega, e aquele valorizado e reproduzido pela escola promove a distinção, ou seja, como acontece o processo de classificação social a partir de categorias escolares.

ASSUNTO(S)

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