Sound production and pectoral spine locking in a Neotropical catfish (Iheringichthys labrosus, Pimelodidae)
AUTOR(ES)
Tellechea, Javier S., Teixeira-de Mello, Franco, Gonzalez-Bergonzoni, Iván, Vidal, Nicolás
FONTE
Neotropical Ichthyology
DATA DE PUBLICAÇÃO
01/11/2011
RESUMO
Bagres podem apresentar dois órgãos sonoros: o espinho peitoral para o som peitoral ou estridulatório e o músculo sonoro da bexiga natatória. O objetivo deste trabalho foi caracterizar a produção de som no bagre Iheringichthys labrosus. Essa espécie emite dois sons diferentes, o som peitoral ou estridulatório (655,8 + 230 Hz) que consiste numa série de pulsos, e o som de tamboril (220 + 46 Hz) que é composto por sinais harmônicos de pulso simples. O som peitoral é emitido com o movimento do espinho da nadadeira peitoral. A base do espinho possui um processo dorsal que suporta uma série de cristas na sua superfície lateroventral, e ao pressionar as cristas contra o sulco (com uma superfície rugosa não especializada) durante o movimento de abertura da nadadeira, se produz uma série de pulsos curtos. O som de tamboril é produzido por um músculo sônico extrínseco, originado em um tendão plano preso ao processo transversal da quarta vértebra e inserido nas superfícies rostral e ventral da bexiga natatória. Os sons são emitidos por ambos os mecanismos em situação de estresse, a qual foi induzida através da manipulação dos peixes em um tanque no laboratório, enquanto os sons eram gravados. Nossos resultados indicam que o bagre emite primeiro o som peitoral e em seguida o som de tamboril. Também foi observada a produção simultânea dos sons estridulatório e de tamboril. O som de tamboril mostra uma frequência dominante mais baixa do que o som peitoral, e também apresenta um grau menor de modulação de frequência dominante. Isso pode estar relacionado com um som de cortejo, como verificado em outros peixes teleósteos. Outro comportamento observado nessa espécie de bagre é a capacidade de travar o espinho peitoral. Essa reação foi observada imediatamente antes da produção do som. Como descrevem outros autores, nossos resultados sugerem que em I. labrosus o som de estridulação e de tamboril funcionam como uma chamada de alarme.
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