Soroprevalência da co-infecção hepatite B, C e HIV em um centro no Nordeste do Brazil
AUTOR(ES)
TÁVORA, Lara Gurgel Fernandes, HYPPOLITO, Elodie Bomfim, CRUZ, José Napoleão Monte da, PORTELA, Nyvia Maria Barroso, PEREIRA, Samuel Montenegro, VERAS, Camila Monteiro
FONTE
Arq. Gastroenterol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2013-12
RESUMO
ContextoA ocorrência da associação de HIV com a hepatite por vírus B (HVB) e C (HVC) é preocupante visto que os pacientes coinfectados tendem a ter uma resposta pior à terapia antiviral e uma chance maior de progredirem para a cronificação da doença hepática e suas complicações. No Brasil, os estudos publicados sobre a prevalência dessas coinfecções ainda são escassos e, muitos deles, com resultados conflitantes entre si. Além disso, muitos pacientes coinfectados são portadores assintomáticos dos vírus das hepatites o que causa um atraso no seu diagnóstico, com consequente subnotificação de casos.ObjetivosEste estudo objetiva determinar a prevalência da infecção pelo HVB e HVC em pacientes recém-diagnosticados com HIV no Ceará/Brasil.MétodosCoorte retrospectivo com pacientes >18 anos, diagnosticados HIV+ de 2008-2010. Foram coletados dados referentes ao primeiro ano de acompanhamento desses pacientes através de revisão de prontuário: fatores de risco para HIV, HBV e HCV e resultados de provas sorológicas para esses vírus.ResultadosForam acompanhados 1291 pacientes HIV+. Testes sorológicos para HBV foram realizados em 52% dos casos: 23% apresentavam hepatite B prévia e 3,7% eram coinfectados. Apenas 25,4% tinham testes sorológicos para HCV: 1,5% tinham hepatite C prévia e 5,4% eram coinfectados. A maioria dos pacientes HBV/HIV referia ter múltiplos parceiros sexuais em um ano. Homossexualismo e bissexualismo estavam presentes em 28% e 20% respectivamente. No grupo HCV/HIV 38,8% referia múltiplos parceiros sexuais em um ano e o uso de drogas endovenosas ocorreu em 22,2% dos casos.ConclusãoO estudo reforça a necessidade de um treinamento dos profissionais de saúde e de facilitação do acesso do paciente ao suporte laboratorial para que seja possível o diagnóstico rápido e precoce das hepatites virais, o que levaria a um adequado manejo clínico desses pacientes e a uma redução da disseminação dessas doenças. O estudo sugere também a necessidade de realização de campanhas educacionais para a população, abordando os riscos de transmissão desses vírus e incentivando a vacinação para o HBV, com o intuito de diminuir a propagação dessas doenças.
ASSUNTO(S)
infecções oportunistas relacionadas com a aids vírus da hepatite b hepatite c hepatite crônica
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