(SOF Arquivada) Quais repelentes podem ser utilizados por gestantes e qual o modo de uso?

AUTOR(ES)
FONTE

Núcleo de Telessaúde Espírito Santo

DATA DE PUBLICAÇÃO

12/06/2023

RESUMO

Segundo o Ministério da Saúde, os repelentes tópicos podem ser usados por gestantes desde que sejam registrados e autorizados pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e que sejam seguidas as instruções de uso contidas no rótulo do produto. A ANVISA regulamenta os repelentes químicos como cosméticos e exige que os rótulos dos produtos contenham o tempo necessário para sua reaplicação e o número máximo de aplicações durante o dia. É importante orientar os pacientes a ficarem atentos às concentrações do ingrediente ativo informadas nos rótulos dos produtos, embora a legislação brasileira não obrigue as indústrias a fornecerem informações exatas destas concentrações.

Algumas orientações para o uso de repelentes são importantes, em particular para aquelas pacientes que usarão produtos a base de DEET. Dentre elas: usar uma quantidade de repelente suficiente para cobrir levemente a pele, sem excessos; devem ser aplicados sobre a pele exposta, roupas ou ambos, mas não por baixo da roupa; uma camada bem fina de repelente pode ser aplicada no rosto, mas com cuidado; devem-se lavar as mãos após a aplicação do produto, evitando contato com os olhos, boca e genitais; não se deve aplicar o produto sobre cortes, feridas ou áreas irritadas ou inflamadas; não inalar aerossóis ou pulverizá-los em espaços fechados ou perto de alimentos; importante lavar as partes do corpo cobertas por repelente assim que seu uso não for mais necessário; não dormir com o produto no corpo; usar protetor solar antes do repelente, de preferência de produtos separados.

Existentes há pelo menos 70 anos, os repelentes para insetos a base de N,N-Dietil-meta-toluamida (DEET), são seguros para gestantes. Não há evidência de que a utilização de DEET por mulheres grávidas ou lactantes confira um risco para a saúde para fetos ou lactentes. Estes produtos conferem proteção contra mosquitos, moscas, larvas, pulgas e carrapatos. São comercializados em diferentes concentrações, sendo que os produtos a 10% conferem uma proteção de aproximadamente duas horas e os de 20 a 40% por aproximadamente cinco horas. Isto é importante, pois confere aos repelentes à base de DEET a mais abrangente e duradoura proteção dentre todos os produtos disponíveis no mercado, o que unido a sua segurança o torna o produto mais indicado no caso de gestantes. Algumas das reações adversas decorrentes do uso destes produtos são irritações na pele, reações alérgicas, dermatites e raramente neurotoxicidade.

No Brasil, as concentrações de DEET na maioria dos produtos giram numa faixa inferior a 20%. Em um país com altas temperaturas e elevada umidade, isso pode levar a um tempo de proteção muito curto, principalmente se a pessoa estiver em ambientes ao ar livre por longos períodos de tempo

. As pacientes devem estar atentas a isso. Exemplos destes produtos são os da linha Off!

.

Repelentes a base de Picaridina, (Icaridina; Exposis

) são efetivos contra mosquitos e carrapatos. Em altas concentrações (20%), sua efetividade é semelhante ao de repelentes a base de DEET, embora seu tempo de ação seja menor a depender da espécie de mosquito considerada (em média, 5 horas com taxa de proteção em torno de 97% para o Aedes aegypt). Estes repelentes, em geral, não acarretam efeitos colaterais significativos em humanos, embora seja fundamental orientar as pacientes a não utilizarem em excesso o produto. A grande vantagem destes repelentes a base de picaridina é sua maior tolerabilidade em relação aos repelentes de DEET: irritam menos a pele, mancham menos os tecidos, não degradam plásticos e o produto não tem odor e não confere sensação de oleosidade na pele.

No Brasil, os repelentes tópicos também podem conter o ingrediente ativo IR3535. São poucos os estudos sobre estes repelentes

e os poucos existentes divergem sobre o tempo de proteção conferida. Fradin e Day

sugerem uma proteção de aproximadamente 23 minutos, enquanto Carrol

sugere uma proteção que pode chegar a 7 a 10 horas, nos parecendo esta última uma estimativa excessiva já que outros trabalhos identificam uma baixa efetividade destes compostos quando comparados com produtos naturais

. Assim, há muitas dúvidas ainda sobre a efetividades destes produtos sendo seu uso em gestantes restrito.

O mesmo raciocínio vale para os repelentes para insetos naturais a base de óleo de plantas

. Por exemplo, óleos provenientes de Citronela com concentração entre 5 e 10% mostram boa proteção, geralmente acima de 98%, mas com curto período de ação (em torno de 2 horas) e sem estudos aprofundados de sua viabilidade de uso em gestantes

. Produtos a base de Citronela com concentrações superiores a 10% devem ser evitados devido o risco de sensibilidade cutânea

. Uma questão a ser levantada para estes produtos é talvez sua maior aceitabilidade pela população em decorrência de sua natureza

.

O profissional de saúde deve facilitar o acesso da gestante ao serviço de saúde a fim de proporcionar maior segurança a paciente, bem como orientá-la em relação a alguns cuidados durante a gestação em especial adoção de meditas de proteção relacionada a doenças transmitidas por vetores.

ASSUNTO(S)

cuidados primários de saúde enfermeiro a77 dengue e outras doenças virais ne gravidez repelentes de insetos

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