Socialdemocracia sem Keynes (?) : esquerdas em marcha : Brasil, Chile e Uruguai (2000-2008)

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

Por meio de análise bibliográfica e estatística, este trabalho investiga as novas esquerdas que ascenderam aos governos de Brasil (PT - 2003), Chile (PS - 2001) e Uruguai (FA – 2005). O primeiro objetivo trata de estabelecer se existe diferença entre essas esquerdas e as demais na região ao ponto de as primeiras poderem ser consideradas como esquerdas social-democráticas. O segundo objetivo é analisar as políticas macroeconômicas desses governos de esquerda e seu gasto público social com a finalidade de verificar se existe alguma diferença entre esses governos de esquerda e outros de centro-direita nesses tópicos. Para a primeira verificação foram selecionadas todas as eleições democráticas livres ocorridas após 1984 com disputa de cadeiras para a Câmara Baixa (eleição para deputados) na Argentina (7); Bolívia (6), Brasil (6), Chile (5), Equador (5), Uruguai (5) e Venezuela (5). Com esses dados foram analisadas medidas de dispersão, volatilidade eleitoral e competição efetiva, com o auxílio de ferramenta específica (Excel 2007), dentro de cada sistema nacional. Os resultados indicaram que as esquerdas no Brasil, Chile e Uruguai apresentam maior grau de institucionalização e estabilidade de seus sistemas de partidos, validando a hipótese de se tratarem de sociais-democracias no sentido de disputar eleições competitivas e assim mantê-las após eventual vitória. Para a segunda verificação foram analisados os gastos sociais dos países do grupo de análise (Brasil, Chile e Uruguai) juntamente com os de um grupo de controle (México e Colômbia) entre 1990 e 2008. Também foram analisados os mais relevantes dados macroeconômicos dos mesmos países para o período 2000-2008. Com o auxílio de ferramenta específica, o SPSS 17.0, procedeu-se a duas regressões lineares múltiplas utilizando os dois conjuntos de dados para os dois grupos de países (totalizando sete variáveis independentes para cada um dos 45 casos). Os governos de esquerda (social-democracia) se apresentaram como variáveis dicotômicas (dummy) para as variáveis dependentes: Gasto Público Total e Gasto Público Social em relação ao PIB. Foram obtidas regressões significativas capazes de explicar o comportamento da variável dependente em 83,5% (Gasto Público Total) e 64,9% (Gasto Público Social). A social-democracia mostrou-se relevante em ambos os casos, explicando o aumento do Gasto Público Social em relação ao PIB em 3,47% e a redução do Gasto Público Total em 1,68%. Os resultados revelaram a relevância desses governos de esquerda para a expansão do gasto público social e para a uma gestão mais controlada do gasto público total, indicando traços social-democratas claros em tempos de fortes limitações macroeconômicas.

ASSUNTO(S)

socialdemocracy keynes, john maynard, 1883-1946 sistema político social-democracia south america brasil chile esquerda brazil uruguay politica macroeconomica uruguai efective competitiveness gastos públicos public expenditure macroeconomics democracia social américa del sur l competencia efectiva gasto público macroeconomía

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