Sobre a negatividade conceitual do sentimento ou a filosofia schopenhaueriana da linguagem
AUTOR(ES)
Silva, Luan Corrêa da
FONTE
Trans/Form/Ação
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-03
RESUMO
Resumo: Arthur Schopenhauer possui uma concepção acerca da natureza do conceito que atravessa o seu pensamento, desde o início de sua produção filosófica. Inicialmente abordado a partir de sua acepção racional abstrata, em O mundo como vontade e como representação, o conceito adquire traços mais profundos em função do sentimento (Gefühl). O conceito “não-conceito” sentimento determinará os rumos da filosofia de Schopenhauer, ao evidenciar os limites da linguagem. A linguagem filosófica, por consequência, exprime um paradoxo, pois pretende expressar em linguagem abstrata um conteúdo concreto cuja natureza não pode ser por ela determinado. Por ser um construto conceitual abstrato, a linguagem filosófica possui um estatuto ontológico secundário e, portanto, incompleto, em relação ao conteúdo da realidade concreta. Este artigo pretende mostrar que os sentimentos são, nesse sentido, o meio não conceitual que esclarece a própria natureza dos conceitos e, por consequência, a via não-filosófica que paradoxalmente melhor expressa o conteúdo da filosofia. No registro do sentimento, Schopenhauer reconhece na linguagem musical o âmbito de justificação adequado da linguagem filosófica.
Documentos Relacionados
- Luzes sobre a música a partir da filosofia da linguagem
- Notas sobre a Filosofia da Linguagem de Stuart Mill
- Filosofia schopenhaueriana e literatura machadiana: em torno do conto "Noite de almirante"
- A filosofia da linguagem em Platão
- Literatura e filosofia: entre as razões do sentimento e os prazeres da inteligência