Sob as sombras do discurso colonial: subalternidade e configurações de gênero em uma lavanderia do interior de Minas Gerais

AUTOR(ES)
FONTE

Cadernos EBAPE.BR

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012-06

RESUMO

Neste artigo, abordamos a questão de gênero tendo por base o feminismo pós-colonial. Nosso objetivo é analisar as configurações de gênero em uma lavanderia comunitária localizada no interior de Minas Gerais, na qual trabalham apenas mulheres sob a liderança de uma mulher negra e pobre. Recorremos ao pensamento pós-colonial, especificamente às reflexões sobre a subalternidade feminina em Mohanty (1984), Spivak (1988) e Suleri (1992). O esforço dessas autoras para compreender a dinâmica de gênero traz à tona questões pouco observadas pelas teorias tradicionais, principalmente as de caráter dual que abordam gênero como uma simples relação entre sexos. Por sua vez, o pensamento pós-colonial apoia-se nos conceitos de subalternidade, não lugar e outros para refletir sobre os sujeitos pós-coloniais que falam por meio de representantes cuja legitimidade se dá pelo lugar, e não pela fala em si. Como método, utilizamos a técnica shadowing para acompanhar o cotidiano de trabalho da gestora dessa lavanderia e identificar a dinâmica de gênero que emerge das suas interações cotidianas. Como resultados, apresentamos as configurações das relações de gêneros, as quais consistem em nossas interpretações, que são, portanto, subjetivas, das práticas discursivas que emergiram durante o cotidiano de Cida, a gestora shadowed na lavanderia.

ASSUNTO(S)

subalternidade feminismo pós-colonial shadowing

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