Sintomas musculoesqueleticos e qualidade de vida em trabalhadores envolvidos com transporte de pacientes

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Os distúrbios osteomusculares na classe trabalhadora, principalmente da área da saúde vem aumentando significativamente. Este estudo avalia os sintomas osteomusculares e a qualidade de vida de trabalhadores que atuam no transporte de pacientes, identificando a ocorrência destes sintomas, e as atividades que exigem mais esforço para o sistema musculoesquelético em sua totalidade. Participaram da pesquisa 61 funcionários do Serviço de Transporte de pacientes da Prefeitura de uma cidade do interior do estado de São Paulo, sendo 31 auxiliares de enfermagem, quatro atendentes de enfermagem e dois escriturários, três guardas e 21 motoristas. Foram utilizados quatro instrumentos de avaliação: um questionário sobre dados gerais e ocupacionais; um instrumento derivado do questionário Nórdico e adaptado para a língua portuguesa, que avalia problemas musculoesqueléticos dentro de uma abordagem ergonômica; o questionário SF-36 (the Medical Outcomes Study 36-item Short-From Health Survery) para avaliar a qualidade de vida e finalmente a escala de RPE (Rating of Perceived Exertion), também conhecida como escala de Borg para avaliar o esforço percebido como mais fatigante em relação ao comprometimento do sistema musculoesquelético. Quanto aos sintomas osteomusculares, 82% dos entrevistados apresentaram sintomas independentemente da região afetada nos últimos 12 meses. As áreas corporais mais atingidas estão relacionadas com a coluna vertebral, ficando em primeiro lugar a região lombar, tanto para a prevalência anual (59%), como na semanal (11,5%). A dor lombar apresentou-se também como fator principal de incapacidade funcional (26,2%) e procura por auxílio de profissional da área de saúde (26,2%). A qualidade de vida do trabalhador com sintomas osteomusculares apresentou-se afetada particularmente nos aspectos relacionados a dor, aspectos sociais, vitalidade, estado geral de saúde e saúde mental. Segundo a percepção dos trabalhadores, as tarefas que requerem maior esforço para o sistema musculoesquelético são segurar paciente agitado e transportar paciente do chão para a maca, com escore de 16,8, seguida pelas tarefas de transportar pacientes da maca da ambulância até a cama do paciente com escore de 16,2 e transportar pacientes da cama do paciente até a maca da ambulância, com escore de 16,1. De uma forma geral os trabalhadores sentem que todas as atividades relacionadas ao transporte de pacientes exigem grandes esforços em relação ao comprometimento do sistema osteomuscular com escOres variando de 13,8 a 16,8. Essas atividades são prejudicadas pela falta de treinamento da equipe, condições ambientais inadequadas e falta de equipamentos e materiais auxiliares.

ASSUNTO(S)

dor lombar ergonomia doenças profissionais

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