Singularidades de género nas representações de vinculação durante o período pré-escolar

AUTOR(ES)
FONTE

Psicol. Reflex. Crit.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2012

RESUMO

Visando identificar diferenças individuais no modo como as crianças encenam uma variedade de situações relacionadas com a vinculação, o Attachment Story Completion Task-ASCT (Bretherton. Ridgeway, & Cassidy, 1990) tem sido utilizado em diferentes culturas, tanto com amostras clínicas como normativas, sendo uma das metodologias de narrativas mais utilizadas durante o período pré-escolar. Todavia, um ponto problemático da sua utilização prende-se com o facto de alguns estudos reportarem especificidades ao nível dos perfis narrativos evidenciados por meninos e meninas o que, do ponto de vista da Teoria da Vinculação, não seria de esperar. O ASCT foi aplicado a 252 crianças em idade pré-escolar (M=62; DP= 15,1) tendo as narrativas sido analisadas através de uma escala contínua de segurança. Não foi encontrada nenhuma relação significativa entre a segurança das narrativas e o Q.I. verbal dos participantes. Nas respostas ao ASCT verificou-se uma diferença em função do género [F(1, 253)=11,8, p<0,01], com as histórias produzidas pelas raparigas, em média, a receberem pontuações mais elevadas na dimensão segurança. Várias hipóteses teóricas são exploradas para explicar os perfis encontrados e, partindo da ideia avançada por Oppenheim (1997) de que a aplicação deste tipo de metodologias representa uma situação indutora de ansiedade para a criança, é dado destaque à tese evolutiva proposta por Taylor et al. (2000) que afirma existir divergências ao nível das estratégias de regulação emocional tendencialmente adoptadas pelos dois sexos em situações de stress e de conforto interpessoal.

ASSUNTO(S)

representações de vinculação diferenças de género metodologias de narrativas

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