Síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos

AUTOR(ES)

Canuto, Raquel, Pattussi, Marcos Pascoal, Macagnan, Jamile Block Araldi, Henn, Ruth Liane, Olinto, Maria Teresa Anselmo

FONTE

Rev. Saúde Pública

DATA DE PUBLICAÇÃO

09/06/2015

RESUMO

OBJETIVO Analisar se síndrome metabólica e seus componentes alterados estão associados a fatores demográficos, socioeconômicos e comportamentais em trabalhadores de turnos fixos.MÉTODOS Estudo transversal com amostra de 902 trabalhadores de turnos, de ambos os sexos, de um frigorífico de frango do sul do Brasil, em 2010. O diagnóstico da síndrome metabólica foi determinado pelas recomendações doHarmonizing the Metabolic Syndrome; e sua frequência foi avaliada segundo características demográficas (sexo, cor de pele, idade e estado civil), socioeconômicas (escolaridade, renda e turno de trabalho) e comportamentais (tabagismo, consumo de álcool, atividade física de lazer, número de refeições/dia e duração do sono). A análise multivariada seguiu um modelo conceitual de determinação da síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos.RESULTADOS A prevalência de síndrome metabólica foi 9,3% (IC95% 7,4;11,2). O componente mais frequentemente alterado foi a circunferência da cintura (RP 48,4%; IC95% 45,5;51,2), seguido pela lipoproteína de alta densidade. O turno de trabalho não esteve associado à síndrome metabólica e aos seus componentes alterados. Após ajustes, a prevalência da síndrome metabólica foi positivamente associada ao sexo feminino (RP 2,16; IC95% 1,28;3,64), a trabalhadores com 40 anos ou mais (RP 3,90; IC95% 1,78;8.93) e àqueles que reportaram dormir cinco horas ou menos por dia (RP 1,70; IC95% 1,09;2,24). Por outro lado, a síndrome metabólica esteve negativamente relacionada à escolaridade e a fazer mais do que três refeições por dia (RP 0,43 IC95% 0,26;0,73).CONCLUSÕES Ser mulher, possuir idade mais avançada e ter privação de sono mostraram-se potenciais fatores de risco para síndrome metabólica, enquanto ter maior escolaridade e realizar maior número de refeições/dia foram fatores de proteção para síndrome metabólica em trabalhadores de turnos fixos.

ASSUNTO(S)

síndrome x metabólica, epidemiologia fatores de risco estilo de vida trabalho em turnos transtornos do sono do ritmo circadiano tolerância ao trabalho programado fatores socioeconômicos estudos transversais

Documentos Relacionados

• Prevalência de síndrome metabólica em metalúrgicos de diferentes turnos de trabalho
• Síndrome metabólica em trabalhadores de um hospital universitário
• Metabolismo glicídico e adipocinas em trabalhadores em turnos fixos
• Fadiga e capacidade para o trabalho em turnos fixos de doze horas
• Fatores associados à síndrome metabólica em trabalhadores administrativos de uma indústria de petróleo