Sinais clínicos e laboratoriais para o dengue com evolução grave em crianças hospitalizadas
AUTOR(ES)
Pone, Sheila Moura, Hökerberg, Yara Hahr Marques, Oliveira, Raquel de Vasconcellos Carvalhaes de, Daumas, Regina Paiva, Pone, Tamiris Moura, Pone, Marcos Vinicius da Silva, Brasil, Patricia
FONTE
J. Pediatr. (Rio J.)
DATA DE PUBLICAÇÃO
2016-10
RESUMO
Resumo Objetivo Avaliar a validade dos sinais clínicos e laboratoriais para o dengue com evolução grave em crianças hospitalizadas. Métodos Coorte retrospectivo de crianças (<18 anos) internadas com dengue (2007-2008). Evolução grave foi definida como óbito ou pelo uso de terapia de suporte avançado de vida. Foram calculadas medidas de acurácia e área sob a curva ROC. Resultados Do total (n = 145), 53,1% casos eram do sexo feminino, 69% de 2 a 11 anos e 15,9% evoluíram para gravidade. Letargia obteve a melhor acurácia (razão de verossimilhança positiva RVP > 19 e RV negativa RVN < 0,6). Derrame pleural e distensão abdominal apresentaram maior sensibilidade (se = 82,6%). Relato de sangramentos (epistaxe, gengivorragia ou gastrointestinal) e hemorragia grave (pulmonar ou gastrointestinal) presente no exame físico foi mais frequente nos casos com evolução grave (p <0,01), porém com baixa acurácia (RVP = 1,89 e 3,89; RVN = 0,53 e 0,60, respectivamente). Os níveis de albumina sérica foram mais baixos nas formas graves (p <0,01). Ambos os grupos apresentaram trombocitopenia, apesar da diferença estatística (p <0,05). Contagem de plaquetas, hematócrito e hemoglobina apresentaram área sob a curva ROC < 0,5. Conclusões Letargia, distensão abdominal, derrame pleural e hipoalbuminemia foram os melhores marcadores clínicos e laboratoriais de dengue com evolução grave em crianças hospitalizadas, enquanto sangramento, hemorragia grave, hemoconcentração e trombocitopenia não tiveram boa acurácia diagnóstica. Em hospitais de referência pediátricos, a ausência de hemoconcentração não implica ausência de extravasamento plasmático, particularmente quando há reposição anterior de volume. Esses resultados podem contribuir para o manejo clínico do dengue em crianças em hospitais de referência.
ASSUNTO(S)
dengue crianças sensibilidade e especificidade estudos de validação
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