Simples não significa pobre: campos e florestas abrigam riqueza similar e composições distintas de espécies de formiga em regiões altas do sul do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Biota Neotrop.

DATA DE PUBLICAÇÃO

23/07/2018

RESUMO

Resumo: Diversos estudos já foram realizados com comunidades de formigas nas regiões de Floresta Ombrófila Densa que ocorrem ao longo da costa do Brasil. Comparativamente menos é conhecido sobre as Florestas Ombrófilas Mistas e campos que ocorrem na parte meridional do domínio da Mata Atlântica. Neste estudo nós realizamos o primeiro levantamento padronizado de formigas no mosaico de florestas e campos que ocorre nas regiões altas de Santa Catarina. Nosso objetivo foi investigar e comparar a riqueza e composição de espécies entre florestas e campos na principal cordilheira do sul do Brasil. Formigas foram coletadas em dois anos com armadilhas de queda no solo e nas árvores, e com amostras de serapilheira. Sessenta espécies foram registradas, constituindo 22 novos registros para a região do Planalto Serrano e três para o estado de Santa Catarina: Eurhopalothrix depressa, Pheidole radoszkowskii e Wasmannia williamsoni. A composição de espécies diferiu significativamente entre florestas e campos, mas não houve diferença em riqueza de espécies, mesmo considerando o maior número de estratos nas florestas. Riqueza similar e pequeno número de espécies arbóreas sugere que esta comunidade é estruturada de modo semelhante às comunidades de regiões temperadas. Ambos os habitats apresentaram alta proporção de espécies exclusivas. O fato de que a composição foi diferente, somado à similaridade em riqueza de espécies entre habitats e ao registro de novas espécies, indica a necessidade de maiores esforços conservacionistas nos campos do Sul do Brasil, que ainda são pouco protegidos por unidades de conservação.

ASSUNTO(S)

formicidae mata atlântica floresta de araucária ppbio da mata atlântica eurhopalothrix depressa wasmannia williamsoni

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