Silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo: padrão de fermentação, composição quimica, valor nutricional e desempenho em ovinos

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2004

RESUMO

Objetivou-se avaliar o padrão de fermentação e a composição química de silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo com ou sem o uso de inoculante microbiano. Avaliou-se, no experimento 1, a silagem de grãos úmidos de milho e, no experimento 2, a silagem de grãos úmidos de sorgo. O material foi ensilado em silos experimentais de PVC (50 cm de comprimento e 100 mm de diâmetro), sendo três por tratamento (tempo de armazenagem, com ou sem inoculante), para cada grão. Amostras foram tomadas antes (0) e aos 1, 2, 3, 4, 8, 16, 32 e 64 dias após a ensilagem, totalizando 48 silos experimentais, para cada espécie de grão. Os tratamentos foram arranjados em delineamento inteiramente casualizado, em esquema fatorial 2 x 9 (com e sem inoculante microbiano, nove tempos de armazenagem), com três repetições, para cada grão. Não houve efeito da inoculação e dos dias após ensilagem (P>0,05) sobre a MS dos grãos úmidos de milho, com médias de 64,13 e 64,03%, e dos grãos úmidos de sorgo, com médias de 67,66 e 67,48%, para silagens controle e inoculadas, respectivamente. Não houve efeito da inoculação (P>0,05) sobre o pH dos grãos úmidos de milho e de sorgo, aos 64 dias após ensilagem, com médias de 3,97 e 3,92 e 3,94 e 3,95 unidades, para silagens controle e inoculadas, respectivamente. O uso de inoculante microbiano não se faz necessário, visto que a inoculação, tanto na silagem de grãos úmidos de milho quanto na de sorgo, não promoveu alterações na composição química, nem redução de perdas da MS. As silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo, nas condições estudadas, não necessitaram da inoculação para promoção de melhora nos padrões fermentativos. Objetivou-se avaliar o consumo, digestibilidade aparente da matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta e digestibilidade verdadeira da fibra em detergente neutro, extrato etéreo, carboidratos totais e não estruturais e determinar os teores de nutrientes digestíveis totais (NDT) em ovinos alimentados com silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo com ou sem o uso de inoculante microbiano. No ensaio de digestibilidade, foram utilizados 12 ovinos, castrados, adultos, sem raça definida, com coleta total de fezes. O volumoso utilizado foi feno de capim-Braquiária (Brachiaria brizantha cv. Marandu). Os animais foram divididos entre os tratamentos: (1) feno + silagem de grão úmido de milho, (2) feno + silagem de grão úmido de sorgo; (3) feno + silagem de grão úmido de milho com inoculante microbiano e (4) feno + silagem de grão úmido de sorgo com inoculante microbiano. Não houve diferença entre silagens (P>0,05) em relação aos consumos de matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro, carboidratos totais e não estruturais. O consumo de extrato etéreo diferiu (P<0,05) entre silagens de milho e de sorgo, mas não em relação à inoculação. As silagens não diferiram entre si (P>0,05) em relação a digestibilidade de matéria seca, matéria orgânica, proteína bruta, fibra em detergente neutro, extrato etéreo, carboidratos totais e não estruturais. O NDT foi semelhante (P>0,05) entre espécies de grãos assim quanto à inoculação, com médias de 77,56 e 79,49%, para silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo, respectivamente. O uso de inoculante microbiano em silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo não se faz necessário, haja vista que o consumo e a digestibilidade de nutrientes, assim como o teor de NDT não foram influenciados pela inoculação. O grão de milho úmido pode ser substituído pelo de sorgo sem prejuízos ao desempenho de ovinos adultos. Objetivou-se avaliar os efeitos dos grãos de milho e de sorgo, secos ou ensilados úmidos, como componente do concentrado energético da dieta total, no consumo de matéria seca e no desempenho de cordeiros em confinamento. Foram utilizados 24 cordeiros, machos, sem raça definida. Os volumosos utilizados foram capim-Elefante (Pennisetum purpureum Schum.), durante o primeiro período; e feno de capim-Braquiária (Brachiaria brizantha), durante o segundo período de avaliação. Os animais foram distribuídos em blocos, por peso, ao acaso entre os tratamentos: (1) capim-elefante ou feno + silagem de grão úmido de milho, (2) capim-elefante ou feno + silagem de grão úmido de sorgo, (3) capim-elefante ou feno + grão seco de milho e (4) capim-elefante ou feno + grão seco de sorgo. Os consumos de MS, em g/dia, em % PV e em PV0,75, não diferiram (P>0,05) entre animais alimentados com grãos de milho e de sorgo, secos ou úmidos, nas dietas à base de capim-elefante cv. Napier, com médias de 891,56 e 950,01 g/dia; 3,55 e 3,62% e 79,27 e 82,75 g/kg PV0,75, respectivamente. Os valores de ganho de peso (0,17 vs 0,13 e 0,19 vs 0,13 kg/dia), conversão (5,57 vs 6,37 e 5,05 vs 6,86) e eficiência alimentar (17,95 vs 15,69 e 19,79 vs 14,74) foram superiores (P<0,05) para os animais alimentados com grãos úmidos de milho e de sorgo ensilados, quando comparados aos grãos secos, respectivamente. Cordeiros alimentados com grãos de sorgo, secos e úmidos, apresentaram maior ganho de peso (P<0,05), em dietas à base de feno de capim-Braquiária. Silagem de grãos úmidos de sorgo proporcionou melhores valores (P<0,05) de conversão alimentar, em associação com feno de capim-Braquiária. Em dietas com proporção volumoso:concentrado 50:50, silagens de grãos úmidos de milho e de sorgo proporcionaram melhores ganhos de peso, conversão e eficiência alimentar, para ovinos jovens em terminação, quando comparados aos grãos secos.

ASSUNTO(S)

ndt tdn feedlot inoculant experimental silos nutricao e alimentacao animal dm losses silos experimentais confinamento lactobacillus plantarum inoculante

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