Significação em infográficos de imprensa

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

08/10/2012

RESUMO

Esta pesquisa analisa infográficos publicados pela mídia impressa diária, procurando entender como eles constroem uma nova dimensão do discurso jornalístico, considerando sua característica de produzir efeitos de dizer verdadeiro e credível. Tratase de uma pesquisa de cunho qualitativo, cujo objetivo foi depreender regras gerais de organização dos infográficos, com vistas a determinar-lhes o estatuto semiótico, ou seja, a maneira como constroem a significação dos fatos da atualidade a que se referem. Nossa base metodológica foi a semiótica discursiva e seus recentes desenvolvimentos teóricos tais como a problemática do sensível e da estesia nos mais diferentes discursos, entendendo-se por estesia a condição de sentir o sentido. Para realizar a análise, foram adotadas, dentro da semiótica, as teorias dos sistemas semissimbólicos, dos regimes de interação e de sentido, da enunciação, da geratividade da significação e estudos sobre sincretismo da expressão. Os autores consultados com essa finalidade foram: Ana Claudia Mei Alves de Oliveira, Eric Landowski, Jean-Marie Floch, José Luiz Fiorin, Diana Luz Pessoa de Barros e Algirdas-Julien Greimas. O corpus foi extraído das edições impressas dos jornais O Estado de S. Paulo e Folha de S. Paulo, publicadas entre 2008 e 2011. Foi realizado um recorte de dezoito infográficos de várias dimensões e de diferentes editorias, adotando como critério de seleção as estratégias semissimbólicas, entendidas como produtoras de adensamento da esteticidade da narrativa jornalística. Foi aplicada uma mesma metalinguagem como crivo de leitura, a fim de interpretar como se estabeleceram as diferenças entre as formações infográficas, concentrando a atenção investigativa nas relações entre o plano da expressão e o plano do conteúdo. Analisamos como os infográficos estabeleceram articulações com outras materialidades verbais e visuais no espaço biplanar da página em que se distribuem as relações topológicas, figurativas, enunciativas, narrativas e axiológicas. Trabalhamos com a hipótese de que tais artefatos podem ser considerados formações semissimbólicas sincréticas, com a realização de sentidos que extrapolam o convencional, processando o páthos engendrado pelos fatos com diferentes modos de enunciação. Na abordagem sobre o fazer interpretativo do enunciatário, a pesquisa sugeriu a existência de uma sobremodalização pelo regime de ajustamento, isto é, um sentir produtor de uma descoberta a partir de uma experiência vivida no embate discursivo com o meio impresso

ASSUNTO(S)

printed media comunicacao semiótica discursiva mídia impressa semissimbolismo estesia sincretismo infográfico discursive semiotics syncretism infographics semi-symbolism, aesthesia

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