Sexuality and quality of life in women with premature ovarian failure / Sexualidade e qualidade de vida de mulheres com falência ovariana prematura

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

02/08/2010

RESUMO

Introdução: Mulheres com falência ovariana prematura (FOP) têm sentimentos de perda e luto, raiva, tristeza, culpa, vergonha, ansiedade e baixa autoestima. O diagnóstico também afeta negativamente sua sexualidade, mas os estudos que avaliam a sexualidade de mulheres com FOP não deixam clara a prevalência de disfunção sexual e quais aspectos dessa condição médica podem afetar a vida sexual. A interferência da FOP sobre a qualidade de vida também ainda é relativamente desconhecida. Objetivo: Avaliar sexualidade e qualidade de vida de mulheres com FOP. Desenho do estudo: Realizou-se um estudo de corte transversal em 58 mulheres com diagnóstico de FOP acompanhadas no Ambulatório de Ginecologia Endócrina do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas na Universidade Estadual de Campinas. Cada mulher com FOP foi comparada a uma mulher com a mesma idade (±2 anos), porém apresentando função ovariana normal, do mesmo hospital, compondo o grupo de controle. As mulheres dos dois grupos deveriam relatar pelo menos uma relação sexual no último mês. A função sexual foi avaliada através do Female Sexual Function Index (FSFI) e a qualidade de vida através do WHOQOL-bref. Resultados: A média de idade ± DP das mulheres com FOP e com função sexual preservada foi de 39,4 ± 5,5 e 39 ± 6,8 anos, respectivamente. Os dois grupos não diferiram quanto ao estado conjugal, escolaridade e opção religiosa. O valor do escore do FSFI foi de 24,0 ± 6,0 e 27,3 ± 4,8 (média ± DP), respectivamente, para FOP e grupo de controle (P=0,004). A prevalência de disfunção sexual entre as mulheres com FOP foi de 62,1% e entre o grupo de controle foi de 37,8% (P=0,009). Na análise dos domínios, apenas para desejo, não se observou diferença entre os dois grupos. Para os domínios excitação, lubrificação, orgasmo, satisfação e dor, os escores foram significativamente piores no grupo de mulheres com FOP do que nas do grupo de controle. Pertencer ao grupo FOP aumentou em 2,8 vezes o risco de apresentar disfunção sexual. Na avaliação da qualidade de vida, a pontuação média ± DP das mulheres com FOP no domínio físico foi significativamente diferente e pior, com 61,3 ± 18,0 e para as mulheres de controle foi de 72,8 ± 16,4 (P=0,0001). No domínio psicológico, a pontuação diferiu significativamente, com média ± DP de 64,2 ± 16,7 e 69,3 ± 14,1, respectivamente, para os grupos com FOP e de controle (P=0,045). Ter FOP representou um risco aproximadamente 2,5 vezes maior de apresentar comprometimento nos domínios físico e psicológico do que as mulheres com função gonadal preservada. Não se observou diferença significativa para os domínios social e meio ambiente, e para as questões QV e saúde. Conclusão: Mulheres com FOP tiveram maior prevalência de disfunção sexual do que mulheres da mesma idade com função gonadal preservada, apresentando mais dificuldades em relação à satisfação, lubrificação, orgasmo, dor e excitação, mas não apresentaram diferenças em relação ao grupo de mulheres com função ovariana normal quanto ao desejo. Quanto à qualidade de vida, mulheres com FOP tiveram maior dificuldade em relação aos aspectos físicos e psicológicos. Assim, FOP mostrou-se como um fator de risco para disfunção sexual e piora na qualidade de vida. Estas conclusões apontam para a necessidade de prover apoio psicossocial e clínico adequado a mulheres com FOP, na tentativa de minimizar a repercussão deste diagnóstico na função sexual e nos aspectos da qualidade de vida das mulheres

ASSUNTO(S)

falencia ovariana prematura sexualidade qualidade de vida premature ovarian failure sexuality quality of life

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