Sexual violence and vulnerability to STI-AIDS in female prisoners / Violência sexual e a vulnerabilidade às IST-AIDS em mulheres detentas

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2003

RESUMO

Procuramos nesta pesquisa, trabalhar a questão da violência voltada à mulher, em especial à mulher detenta. Para tanto, sentimos necessidade de buscar referenciais teóricos que nos desse subsídios para compreensão do significado da violência generalizada, a doméstica e a sexual e a vulnerabilidade às IST- aids e sua articulação com as relações de gênero. Isto nos levou a traçar os seguintes objetivos: fazer uma revisão da literatura sobre as questões mais amplas que envolvem a violência generalizada, e particularmente a sexual; investigar qual a percepção que as mulheres detentas têm sobre a violência, detectando suas possíveis experiências nesse sentido e conseqüentes riscos de infecção pelo IST/HIV-aids; trabalhar, conjuntamente com elas, um programa educativo, desenvolvendo ações e intervenções, visando ao atendimento das questões em apreço, incluindo a elaboração de cartilha sobre violência, IST, aids e drogas, destinada a este público alvo. Para tanto, desenvolvemos um estudo exploratório-descritivo através da pesquisa-ação, fundamentada numa visão humanitária. Priorizamos a abordagem qualitativa cuja análise se deu por categorização – valorizando a subjetividade, ao favorecer a compreensão e a interpretação da fala dos sujeitos pesquisados. Trabalhamos com 15 mulheres detentas, de uma Cadeia Pública Feminina do interior paulista. As técnicas utilizadas foram: a entrevista individual, semi-estruturada, tendo como instrumento, questionário com questões norteadoras; e a observação participante. Os resultados evidenciaram que a violência sexual é repudiada e tida como geradora de marcas psíquicas e emocionais à mulher. Sete (7) do total de pesquisadas, sofreram algum tipo de violência sexual; em cinco (5) casos, os ofensores eram conhecidos. Duas (2) engravidaram de seus ofensores sendo que uma delas ainda se infectou pelo HIV. Sentimentos de rejeição, humilhação, revolta, baixa auto-estima e medo, foram descritos pela maioria delas. Muitas mulheres na delinqüência são agredidas sexualmente, por parceiros, tornando-se mais vulneráveis aos riscos de contágio às IST-aids e a gravidez. Fazem-se necessárias, ações educativas preventivas à violência de gênero e as temáticas interligadas a essa questão, merecendo sejam implantados programas especiais educativos, exames e controle da saúde sexual e reprodutiva da mulher detenta, sob a supervisão de profissionais de saúde gabaritados.

ASSUNTO(S)

mulher - prisão woman - prison sexual violence - sti-aids violência sexual – ist/aids

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