Seqüestro e emissão de carbono em ecossistemas agrícolas: estratégias para o aumento dos estoques de matéria orgânica em solos tropicais.

AUTOR(ES)
FONTE

Rio de Janeiro: Embrapa Solos

DATA DE PUBLICAÇÃO

2011

RESUMO

A matéria orgânica do solo é um dos maiores compartimentos terrestes de carbono e uma das principais fontes de emissão de CO2, CH4 e outros gases-estufa para atmosfera. O solo pode funcionar como uma fonte de emissão ou como um sumidouro de carbono atmosférico, dependendo do tipo de manejo adotado, podendo essa matriz vir a desempenhar um importante papel na mitigação dos efeitos negativos do efeito estufa sobre diferentes processos naturais. De modo geral, há uma maior preservação da matéria orgânica em áreas sob vegetação natural, havendo perdas consideráveis de carbono quando essas são convertidas em áreas de cultivo, principalmente nos locais onde há revolvimento frequüente do solo. Nas regiões tropicais, essas perdas de carbono do solo para a atmosfera são mais aceleradas, sendo comum, em áreas de floresta desmatada, a redução de mais de 50% nos estoques de matéria orgânica, em menos de 10 anos de cultivo. As perdas sistemáticas de matéria orgânica em áreas cultivadas relacionam-se às perdas de solo por erosão, ao cultivo excessivo do solo sem a reposição de nutrientes, ao manejo inadequado de resíduos vegetais, à adoção de métodos de preparo que priorizem o maior revolvimento do solo, ao uso inadequado do solo e ao cultivo de solos inundados ricos em carbono. Uma série de estudos têm mostrado que o uso de Práticas de Manejo Conservacionistas (PMC) tem um grande potencial em aumentar o seqüestro de carbono no solo e diminuir o fluxo de gases-estufa para a atmosfera. Entre essas práticas, poderiam ser citadas: o aumento de áreas cultivadas sob sistema de plantio direto, o incremento no aporte de carbono ao solo, a permanência de restos culturais nas áreas de plantio, o controle da erosão, a diminuição do desmatamento, o aumento dos índices de produtividade como fator relevante à restrição de criação de novas fronteiras agrícolas, a melhoria da fertilidade do solo como fator essencial ao aumento da produção de resíduos culturais, a revegetação de solos degradados e, por fim, a preservação ambiental de solos orgânicos em ambiente de várzeas. Em países industrializados, o uso dessas práticas tem sido cada vez mais freqüente, sendo necessário, para as condições de solos tropicais, a identificação e o ajuste dessas práticas conservacionistas. A exaustão dos estoques de matéria orgânica, além de comprometer a qualidade do solo e a sustentabilidade dos agroecossistemas, contribui também para o agravamento do efeito estufa, sendo, desse modo, premente a adoção de práticas de manejo de maior sustentabilidade, no sentido de preservar e aumentar os teores de carbono em solos tropicais.

ASSUNTO(S)

solo tropical matéria orgânica efeito estufa plantio direto preparo do solo sistema de cultivo

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