Segurança microbiológica na abertura de ampolas com ênfase no procedimento de desinfecção / Microbiological safety in opening ampoules with an emphasis on disinfection procedure.

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

24/08/2012

RESUMO

O cuidado a saúde incorpora continuamente, novas tecnologias relacionadas a produtos e processos que podem trazer riscos, especialmente, quando não possuem embasamento técnico-científico. Ampolas de plástico são amplamente utilizadas no preparo de injetáveis, no entanto, a contaminação biológica das soluções na sua abertura é ainda questionável. Sabe-se que o risco de infecção tem etiologia multifacetada envolvendo aspectos complexos da microbiota endógena e das condições ambientais. O objetivo do estudo é contribuir para com a segurança microbiológica da abertura de ampolas com base no procedimento de desinfecção e, assim, minimizar os riscos de contaminação biológica no preparo de injetáveis. Trata-se de um experimento de laboratório que permitiu avaliar a esterilidade do conteúdo das ampolas e, consequentemente produziu evidencias acerca da segurança microbiológica no preparo de injetáveis. Para determinação se a abertura de ampolas possibilita veiculação bacteriana para as soluções utilizaram-se dois métodos de desinfecção do gargalo um com suabe e outro com algodão ambos umedecidos em álcool a 70%. Das 120 ampolas de plástico com água esterilizada 60 tiveram seus gargalos contaminados intencionalmente com Serratia marcescens (ATTCC 14756) e outra metade com Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA) (ATTCC 43300) na ordem de 106 UFC/mL. Na abertura das respectivas ampolas utilizaram-se os princípios e o rigor de assepsia em termos de higiene das mãos e uso de luvas esterilizadas. Na avaliação da positividade das culturas uma alíquota da solução de cada ampola foi pipetada em caldo nutriente e incubada a 35ºC por 14 dias. A fricção dos gargalos das ampolas com suabe ou bolas de algodão embebidas em 3 ml de álcool a 70% não foi eficaz na redução da contaminação do conteúdo destas ampolas. Evidencia-se que houve maior contaminação nas ampolas, intencionalmente contamindas com Serratia marcescens, que receberam desinfecção com suabe 19 (63,3%) comparado as ampolas 15 (50%) que foram desinfetadas com bolas de algodão embebidas em álcool. As ampolas contaminadas com Staphylococcus aureus resistente à meticilina independentemente de utilizar suabe ou bolas de algodão embebidas em álcool, a contaminação do conteúdo das ampolas foi alta 24 (80%) e 18 (60%), respectivamente. Das 60 (100%) ampolas contaminadas com Serratia marcescens 34 (56,7%) apresentaram contaminação da água destilada e, das 60 (100%) ampolas contaminadas com Staphylococcus aureus resistente à meticilina, 42 (70%) apresentaram contaminação. A elucidação do processo de contaminação do conteúdo de ampolas de plástico durante sua abertura é urgente, especialmente considerando a possibilidade do contato da solução com o meio externo e vice- versa. Consta-se que a temática carece de mais investimentos de pesquisa dado a relevância do procedimento de desinfecção na redução da carga microbiana.

ASSUNTO(S)

contaminação de medicamentos controle de infecções desinfecção disinfection drug contamination infection control serratia marcescens serratia marcescens staphylococcus aureus staphylococcus aureus

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