Segurança do uso do manitol no preparo para colonoscopia: avaliação prospectiva do nível de metano (CH4) intestinal durante colonoscopia após preparo com manitol e fosfato de sódio (NaP)

AUTOR(ES)
FONTE

Arq. Gastroenterol.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-09

RESUMO

RESUMO Contexto - Preparo adequado é fundamental para garantia de boa qualidade em colonoscopia. Apesar de relatos de explosão do cólon durante colonoscopia, secundários à produção de metano e hidrogênio pela fermentação bacteriana, acredita-se que a troca gasosa durante o procedimento diminua a concentração existente de metano, permitindo a utilização com segurança, de manitol para o preparo de cólon. Assim, manitol é largamente utilizado para limpeza dos cólons antes da colonoscopia, especialmente devido ao seu baixo custo e eficácia. Objetivo - O objetivo do estudo foi avaliar a segurança do uso de manitol no preparo dos cólons, quando comparado ao uso de fosfo-soda (NaP). Métodos - Este foi um estudo observacional retrospectivo no qual foram incluídos 250 pacientes submetidos a colonoscopia na Universidade Federal de São Paulo e Hospital Albert Einstein (São Paulo - Brasil). Os pacientes receberam preparo de cólon com manitol (n=50) ou NaP (n=200), de acordo com preferências dos médicos que encaminharam os pacientes. O estudo foi realizado entre agosto e dezembro de 2009. O principal resultado pesquisado foi a presença de níveis detectáveis de metano (CH4) durante a colonoscopia, e a redução nestes níveis após troca gasosa durante o procedimento. As concentrações de metano foram dosadas com detector multi-gas (X-am 7000, Dräger Safety AG & Co., KGaA, Lübeck, Alemanha) conectado a um cateter plástico que foi introduzido no canal de instrumentação do colonoscópio. Outro achado de interesse foram níveis de O2. Níveis de metano e O2 foram relatados em ppm. Média, diferença entre as médias e desvio padrão nos níveis dos gases em ambos momentos foram comparados nos dois grupos. A proporção de pacientes com níveis detectáveis ou altos de metano em ambos os grupos foram comparados. Variáveis contínuas foram analisadas com teste t e variáveis categóricas com o teste do qui-quadrado. Os Comitês de Ética de ambas instituições aprovaram o protocolo do estudo. Resultados - Pacientes nos dois grupos foram comparáveis quanto aos dados demográficos, indicação para colonoscopia, classificação ASA e qualidade do preparo do cólon. Sete (3,5%) pacientes no grupo NaP tinham níveis detectáveis de metano durante a introdução do colonoscópio. Os níveis de metano se tornaram indetectáveis durante a retirada do aparelho. Nenhum dos pacientes no grupo manitol tinha níveis detectáveis de metano. Níveis de O2 foram semelhantes nos dois grupos. Conclusão - Este é o estudo com maior casuística que avaliou a segurança do uso de manitol para preparo de cólon, no que diz respeito a dosagem de metano. Nossos resultados indicam que o emprego do manitol é tão seguro quanto o NaP, e que a troca gasosa é eficaz na redução da concentração de metano.

ASSUNTO(S)

colonoscopia manitol absorção intestinal metano

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