Seguimento de crianças que apresentaram crises convulsivas no período neonatal : avaliação da coorte 2004-2009

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

14/03/2012

RESUMO

Introdução : Convulsões neonatais são geralmente uma manifestação aguda de disfunção do sistema nervoso central (SNC). Sua incidência, em estudos de base populacional varia de 1-5:1000 nascidos vivos (Lombroso, 1996), em estudos realizados em populações de alto risco provenientes de hospitais terciários e/ou Unidades de terapia intensiva neonatal ela é significativamente superior (Da Silva et al., 2004; Nunes et al., 2008). O presente estudo teve como objetivo avaliar o prognóstico clínico-neurológico de crianças que apresentaram crises convulsivas no período neonatal, verificando a incidência e o impacto da ocorrência de epilepsia pós-natal em relação ao desenvolvimento neuropsicomotor e qualidade do sono.Métodos : Realizou-se estudo transversal em coorte histórica de recém-nascidos que apresentaram crises convulsivas confirmadas pela observação clínica e EEG ou vídeo-EEG, durante internação na Unidade de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Universitário da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), no período entre Janeiro de 2004 a Dezembro de 2009. Foram incluídas no estudo 42 neonatos, dos quais foi possível obter seguimento em 22, que foram avaliadas quando ao desenvolvimento neuropsicomotor através do teste de triagem de Denver II; hábitos do sono pelo Inventário dos Hábitos de Sono para Crianças Pré-escolares; ocorrência de epilepsia pós-neonatal pelo Questionário de Rastreamento Neurológico para Epilepsia (QRN-E) e pela Entrevista Diagnóstica Neurológica para Epilepsia (EDN-E).Resultados : Não houve diferença significativa entre as crianças com e sem seguimento quando comparados os dados clínicos perinatais e achados do EEG . No grupo com seguimento observou-se um elevado percentual de pacientes que desenvolveram epilepsia durante os primeiros anos de vida (45,5%, n=10). Foi observado predomínio de alterações no teste de Denver II nas crianças com epilepsia, onde todas apresentavam resultado anormal ou questionável (p=0,001). Os escores do inventário do sono foram maiores nas crianças sem epilepsia. A diferença média do escore para o inventário entre os grupos com e sem epilepsia foi de 13,25 (intervalo de confiança 95% = 1,39 25,11; p=0,030).Conclusão : o presente estudo evidenciou elevada incidência de epilepsia após crises neonatais e associação com indicadores de atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Os hábitos de sono, foram mais regulares e adequados nas crianças com epilepsia quando comparadas as sem epilepsia.

ASSUNTO(S)

medicina convulsÕes crianÇas epilepsia recÉm-nascido transtornos de sono desenvolvimento infantil estudos de coortes medicina

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