Seculo XXI : novo imperialismo e educação : Brasil - Argentina nos governos Lula e Kirchner : educação superior e reforma da reforma / The 21st century : neo-imperialism and education : Brazil and Agentina under Lula and Kirchner s administrations : higher education and the reform s reform

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Enfrentando uma crise sistêmica que eclode na década de 1970, se inicia na década de 1980 a recomposição neoconservadora, um movimento regressivo nas esferas do político, do econômico e do social, que significa, por fim, um retrocesso ao economicismo mais cru, negador dos direitos sociais conquistados ao longo do século XX. Junto à transformação do sistema produtivo, que evolui para a chamada acumulação flexível, se produz um desemprego crescente que faz possível a regressão nas relações de trabalho e sociais. Talvez a marca mais distintiva deste processo seja a reconfiguração do papel do Estado, não mais garantia de direitos sob o chamado Estado de Bem-Estar para transformar-se em um Estado Gerente ou Gestor. Este movimento se impõe de imediato na América Latina, refém do pagamento da dívida externa, e tem sua expressão no Brasil e na Argentina, na década de 1990, nos dois períodos presidenciais de Fernando Henrique Cardoso e de Carlos Menem, respectivamente. Na educação, a recomposição se instala seguindo as receitas do Banco Mundial. A partir do aproveitamento político e mediático dos atentados de 11 de setembro de 2001, se põem em ação mecanismos de legitimação que permitem ao governo neoconservador dos Estados Unidos assumir a forma declarada de um novo imperialismo. Este novo imperialismo se apresenta sob o nome encobridor de globalização: um mundo sem fronteiras nem restrições para a acumulação do capital. Considerando que o sistema capitalista necessita para sua sobrevivência, por sua natureza competitiva, de uma constante expansão nos mais diversos horizontes, o movimento atual, em uma fronteira imaterial consiste em converter todas as atividades humanas e a natureza em mercadorias, e pretender reger todas as relações pelas regras do mercado, o que significa a mercantilização da vida em seus múltiplos aspectos, também na educação. Referindo-nos em especial à educação superior, fazemos um estudo comparativo entre o Brasil e a Argentina nos governos de Lula e Kirchner, e também das metamorfoses locais em relação aos governos de Fernando Henrique Cardoso e de Carlos Menem. Tendo em conta os desafios e as tendências atuais da educação superior e com base na experiência de nossos países, nos parece necessário pensar em horizontes alternativos aos de sua pura mercantilização. Mesmo no cenário do novo imperialismo, consideramos que existem respostas melhores do que as de aceitação e de submissão.

ASSUNTO(S)

education reform educação (superior) metodo comparado educational policy imperialismo reforma do ensino educação e estado imperialism comparative methods education (higher)

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