Sazonalidade na dieta de vertebrados frugivoros em uma floresta semidecidua no Brasil

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DATA DE PUBLICAÇÃO

1992

RESUMO

A escolha de frutos e a dieta sazonal de esquilos (Sciurus ingrami), bugios (Alouatta fusca), macacos-prego (Cebus apella), morcegos (Artibeus lituratus), maritacas (Pinus Maximiliani) e 32 especies de aves de pequeno porte foi estudada durante 44 meses em uma floresta semidecidua no sudeste do Brasil. As mudanças na dieta destes frugívoros foram monitoradas juntamente com a sazonalidade de frutos. Foi possível dividir a comunidade de frugpivoros em cinco grupos de acordo com a utilização do fruto e sobreposição alimentar. Entre as espécies predadoras de sementes foi possível separar as espécies em predadores sazonais de sementes (Alouatta Cebus) e predadores especialistas de sementes (Pionus e Sciurus). Entre os dispersores de sementes as espécies foram separadas em dispersores ocasionais (Sciurus), generalistas (Alouatta e Cebus) e especialistas (aves e morcegos). Usando o indice de sobreposição de nicho de Morisita-Horn foi observada a maior sobreposição entre as espécies de macacos (0,46) e a menos entre as aves e as maritacas (0,06). Entre as pequenas aves a maior sobreposição foi entre duas espécies de Emberizidae (0,70). Não foi encontrada nehuma espécie-chave de planta para a comunidade, mas algumas espécies foram importantes para uma espécie ou um grupo de frugívoro. Na estação seca, quando ocorre diminuição na disponibilidade de frutos, os macacos prego tornaram-se predadores de sementes e flores, os bugios aumentaram o consumo de folhas e os esquilos consumiram frutos de palmeiras. A disponibilidade de frutos para aves e morcegos ocorreu o ano todo. As relações mutualísticas entre frutos e seus dispersores parecem ser mais evidentes em aves e morcegos, porque muitas espécies de plantas utilizadas por esses vetores apresentam padrão de frutificação sequencial.

ASSUNTO(S)

florestas tropicais ecologia florestal ecologia

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