Saúde reprodutiva em foco: conversando com universitárias da etnia Guarani-Kaiowá

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2008

RESUMO

Estudos desenvolvidos no âmbito da saúde reprodutiva vêm fortalecendo a busca pela integralidade no cuidado com a saúde. Por outro lado, nem todos os segmentos da sociedade brasileira são contemplados por esses estudos. Um exemplo é o pouco conhecimento que temos sobre aspectos da saúde reprodutiva em populações indígenas. A própria Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) reconhece a precariedade de pesquisas e programas direcionados à saúde reprodutiva. Considerando a importância desse campo no cuidado com a saúde, o objetivo desta pesquisa é compreender os sentidos e os repertórios que são utilizados para falar sobre temas relacionados à saúde reprodutiva, na perspectiva de universitárias da etnia Guarani-Kaiowá, da Aldeia Amambaí-MS. A pesquisa foi realizada na Faculdade Integradas de Amambaí (FIAMA), em Amambaí-MS, contando com a participação de oito universitárias, na faixa etária entre 22 e 33 anos. Para desenvolver esta pesquisa, nos apoiamos na abordagem teórico-metodológica sobre práticas discursivas e produção de sentidos, e em pressupostos do construcionismo social. Além disso, dialogamos com a literatura científica sobre saúde reprodutiva e saúde no âmbito indígena. O material discursivo analisado foi obtido por meio de cinco oficinas temáticas: riscos e prevenção em saúde reprodutiva; planejamento familiar; maternidade e paternidade; drogas, risco e prevenção em saúde reprodutiva; e violência doméstica. Dos resultados destacamos os sentidos de risco como perigo, envolvendo relações familiares nos contextos de gravidez, DST e Aids, doenças em geral, violência doméstica, relações de gênero e drogas. Para risco como algo positivo (coragem, desafio), destacamos o sonho de terminar a faculdade. Com relação ao planejamento familiar, as universitárias afirmam ser um assunto novo na aldeia e relatam dificuldades para tratar desse tema, ressaltando as diferenças entre ser pai e mãe dentro e fora da comunidade indígena. Os sentidos atribuídos à violência doméstica foram semelhantes aos da população em geral, isto é, trata-se de uma problemática atualmente vivenciada tanto em culturas indígenas como não-indígenas. Nos relatos das universitárias as agressões vivenciadas em sua comunidade estão ligadas aos poderes assimétricos das relações de gênero, mas também ao uso de drogas, especialmente o alcoolismo. A partir dos posicionamentos sobre cuidados preventivos em saúde reprodutiva expressos nas oficinas, tais como pensar nas conseqüências, pedir ajuda às pessoas mais velhas, pedir ajuda e buscar apoio, fica patente a necessidade de uma rede social de apoio efetiva, que passe pela formulação de políticas públicas especiais, para que o cuidado com a saúde não fique restrito à responsabilidade de cada pessoa, na lógica individualista do estilo de vida. Palavras-chave: Saúde reprodutiva indígena. Universitárias. Etnia guarani-kaiowá. Práticas discursivas. Produção de sentidos. Clique aqui para fazer o download do arquivo 5. SER OU ESTAR COOPERADO: FICÇÃO OU REALIDADE? [Ver detalhes] Data da Defesa 06/05/2008 Aluno - RENATA CHRISTINA SANTOS DO VALLE - [email protected] Membros da Banca - Dr(a). Lucy Nunes Ratier Martins - [email protected] - Dr(a). Sonia Grubits - [email protected] (Orientador(a)) - Currículo Lattes - Dr(a). Jefferson de Souza Bernardes - jbernardesuolcom.br - Currículo Lattes - Dr(a). Heloisa Bruna Grubits Freire - [email protected] - Currículo Lattes Resumo As associações de micro e pequenas empresas, assim como outras formas associativas, entre as quais as cooperativas, vêm sendo consideradas como alternativa viável na atual conjuntura do país, devido a sua peculiaridade maior que é a força do conjunto que opera nas mais diversas áreas e atividades de conhecimento humano e na vida das pessoas. Esse sistema de associativismo fundamentado na reunião de pessoas, o empreendimento comum realizado ⎯ em qualquer ramo de atividade ⎯ visa às necessidades do grupo e não somente ao lucro, assim como à busca pela prosperidade conjunta, e não individual. Instigada em entender sobre o relacionamento dos cooperados com a sua respectiva cooperativa, buscou-se analisar os componentes existentes neste processo de agrupamento que vem crescendo a cada dia, de maneira expressiva, alcançando os mais diversos setores da atividade econômica e social, cobrindo todo o território nacional. O presente trabalho propõe investigar o funcionamento de cooperados de três ramos de cooperativa, suas formas de relacionamento interpessoal e, assim, construir uma análise da efetividade desta relação do cooperado com a cooperativa. Para investigar os objetivos propostos, utilizou-se da metodologia qualitativa. Foram escolhidos para participar dessa pesquisa seis cooperados, dois de cada cooperativa, sendo cinco homens e uma mulher, entre 36 e 67 anos, cinco com nível superior e um participante não quis mencionar a idade e escolaridade. O contato com os participantes foi por meio da Organização das Cooperativas do Brasil, região de Mato Grosso do Sul, órgão responsável pelas cooperativas do Estado. As cooperativas são do município de Campo Grande, MS, dos ramos de crédito, saúde e agropecuária. Utilizou-se a entrevista semi-estruturada, com um roteiro de perguntas abertas, permitindo dessa forma, que o entrevistado se expressasse livremente dentro do roteiro previamente organizado, mas também consentindo, se necessário, a inclusão de temas que fossem demandados pelos participantes. A análise dos dados se deu após a transcrição das entrevistas gravadas, releitura do material, organização dos relatos e dos dados observados além dos relatos. As análises apontam duas categorias denominadas: cooperado-cooperador e o cooperado-participante que representam, respectivamente, a concepção de cooperativismo para os cooperados na sociedade contemporânea: a vivência e a prática dos aspectos doutrinários do cooperativismo ou a proteção contra o mercado capitalista, uma questão econômica e política.

ASSUNTO(S)

universitárias práticas discursivas etnia guarani-kaiowá saúde reprodutiva indígena saúde reprodutiva indígena; indios guarani-kaiowá; estudantes indígenas produção de sentidos psicologia

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