Saúde mental infantil na atenção primária à saúde: discursos de profissionais médicos

AUTOR(ES)
FONTE

Saude soc.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2015-03

RESUMO

O impacto de ações que asseguram o crescimento e o desenvolvimento da criança, tais como a redução da mortalidade infantil e dos índices de desnutrição, é significativo nos últimos anos. No entanto, estima-se que 10 a 20% da população infantil sofre com transtornos mentais, e de 3 a 4% necessitam tratamento intensivo. Neste sentido, é fundamental compreender como os profissionais médicos da atenção primária à saúde (APS) lidam com tais questões. A pesquisa buscou compreender sentidos e significados sobre saúde mental infantil (SMI) dos profissionais médicos da APS por meio dos seus discursos. Foram realizadas entrevistas contendo um questionário para a caracterização sociodemográfica e um roteiro semidirigido. Como resultados do processo de análise, emergiram cinco núcleos de significação, indicando: (1) limitações com relação à implicação no tratamento das condições que envolvem problemas de SMI; (2) a “família desestruturada” como determinante fundamental do sofrimento psíquico da criança que nela convive; (3) a mãe como principal responsável pela saúde mental de seu filho; (4) a transcrição da receita e averiguação dos retornos aos especialistas como condutas centrais nos casos de problemas de SMI, e (5) a fragmentação das ações de cuidado devido à segmentação das responsabilidades no tratamento de problemas de SMI. É fundamental a escuta qualificada das necessidades das famílias e das mães e/ou responsáveis pelas crianças que enfrentam problemas de saúde mental, bem como a concentração de esforços na construção de ações intersetoriais e na formação continuada em SMI.

ASSUNTO(S)

saúde mental atenção primária à saúde infância família medicalização social

Documentos Relacionados