Saúde de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais: da Formação Médica à Atuação Profissional

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. bras. educ. med.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2019-03

RESUMO

RESUMO Introdução A população LGBT (lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais) está inserida em um contexto peculiar com relação ao grau de vulnerabilidade à saúde, trazendo desafios para a consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS) enquanto sistema universal, integral e equitativo. Com isso, as práticas médicas para implementação de ações direcionadas ao cuidado LGBT podem contribuir de forma substancial para a melhoria da qualidade do acesso aos serviços básicos de saúde, porém perpassam a formação e o ensino médicos. Objetivo Analisar a formação médica para assistência à saúde da população LGBT, na perspectiva de médicos que atuam na atenção básica. Métodos Trata-se de uma pesquisa de caráter exploratório e descritivo, de análise qualitativa, sendo considerados sujeitos-chave 14 médicos que atuam na atenção básica. Para isto, utilizou-se a entrevista semiestruturada para a coleta e o Método de Interpretação dos Sentidos para a produção dos dados. Resultados Emergiram duas categorias, sendo que a primeira trouxe a importância da construção do saber médico-científico para a saúde LGBT, apontando as deficiências desde a formação curricular do curso de Medicina até as capacitações que deveriam ser ofertadas pelos serviços. Já a segunda categoria mostrou o delineamento das fragilidades no cotidiano do cuidado à saúde LGBT, apontando as realidades na assistência à saúde LGBT nas unidades de saúde. Conclusão Percebe-se a urgência na divulgação e implementação da Política Nacional de Saúde LGBT como ferramenta efetiva para promover os direitos humanos entre os profissionais médicos desde a graduação até a atuação profissional.ABSTRACT Introduction The LGBT (Lesbian, Gay, Bisexual, Transvestite and Transsexual) population is inserted in a very specific context, in terms of their degree of vulnerability to disease, bringing challenges for the consolidation of the Sistema Único de Saúde (SUS) as a universal, integral and equitable system. Thus, medical practices for the implementation of actions aimed at the care of LGBT can contribute substantially to improving the quality of access to basic health services, but first, health practitioners must undergo medical education and training. Objective To analyze the medical training for health care of the LGBT population from the perspective of primary care physicians. Methods This is an exploratory, descriptive study, with qualitative analysis. The key subjects were 14 physicians who work in Primary Care. Semi-structured interviews were used for the data collection, and the Meanings Interpretation Method was used to produce the data. Results Two categories emerged; the first highlighted the importance of the construction of medical-scientific knowledge for LGBT health, pointing out deficiencies, from the curricular training of the medical course through to the training offered by the services. The second category outlined the fragilities of daily life in the health care of LGBT, pointing out the realities in LGBT health care in the health units. Conclusion there is an urgent need to disseminate and implement a National Health Policy for LGBT, as an effective tool for promoting human rights among medical professionals, from graduation through to professional practice.

Documentos Relacionados