Satisfação do paciente hospitalizado com sua privacidade física: construção e validação de um instrumento de medida / The satisfaction of the hospitalized patient with his/her physical privacy: construction and validation of a measurement instrument.

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2009

RESUMO

Estudo do tipo metodológico com abordagem psicométrica que lida com a teoria e desenvolvimento de instrumentos de medição. O percurso metodológico norteou-se nos procedimentos teóricos, empíricos e analíticos para a elaboração de instrumento psicométrico (PASQUALI, 1998), e fundamentou-se em duas teorias da privacidade (WESTIN, 1970; ALTMAN, 1975), na teoria da territorialidade (ARDREY, 1966) e na teoria proxêmica (HALL, 1986). Os procedimentos teóricos compreenderam a definição do construto privacidade física no contexto hospitalar, em especial a exposição e manipulação corporal, o qual delineou-se a partir do referencial teórico adotado, da literatura pertinente e de estudo junto a 34 pacientes internados nos hospitais de Maringá-PR, com abordagem qualitativa, utilizando-se a análise de conteúdo (BARDIN, 2000). Esse estudo permitiu descrever a percepção do paciente hospitalizado sobre a privacidade em geral e sobre a privacidade física, identificando-se três categorias empíricas referentes à privacidade em geral, a saber, dignidade e respeito, espaço pessoal e territorial e autonomia, e com relação à privacidade física extraíram-se iguais categorias, acrescentando-se às anteriores a categoria intimidade e toque. Tais categorias compuseram os quatro domínios do instrumento em construção. O instrumento foi submetido à análise semântica e conceitual por um painel de juízes composto por sete peritos, e na seqüência a um pré-teste junto à população-alvo, resultando em um instrumento com 22 itens, tendo o domínio dignidade e respeito 8 itens, intimidade e toque e espaço pessoal e territorial 5 itens cada, e o domínio autonomia 4 itens. Os procedimentos empíricos englobaram a aplicação do instrumento construído, Escala de Satisfação do Paciente Hospitalizado com sua Privacidade Física (ESPH-PF), a uma amostra de 254 pacientes internados na rede hospitalar de Maringá- PR, entre novembro de 2007 e fevereiro de 2008. Os procedimentos analíticos englobaram a análise da consistência interna ( de Cronbach total de 0,68 e variação entre 0,35 e 0,60 nos domínios) e a validade de construto por meio da análise fatorial, extraindo-se seis fatores (57,6% da variância total) e optando-se por manter os quatro pré-estabelecidos (47,7% da variância explicada). A validade convergente do construto utilizando-se a correlação produtomomento de Pearson (p <0,01) e aplicação da Escala do Sentimento frente à Invasão do Espaço Territorial e do Espaço Pessoal do Paciente Hospitalizado (EMS-FIETEP), contemplou o domínio espaço pessoal e territorial da ESPH-PF e confirmou o poder discriminativo de todos os 22 itens do instrumento. A validade discriminante do construto empregando o teste t de student (p <0,05) não encontrou diferença estatística significante, exceto nos grupos extremos relativos à escolaridade. A análise psicométrica demonstra que a ESPH-PF pode ser aplicada para medir a satisfação do paciente com sua privacidade física no contexto hospitalar, sobretudo no que diz respeito à exposição e manipulação corporal. Os resultados obtidos junto a essa população não podem ser generalizados, porém comprovam a importância de se avaliar a satisfação do paciente com sua privacidade física, visto que o nível de satisfação revela, implicitamente, as preferências e necessidades dele por privacidade, e indiretamente também reflete o desempenho dos profissionais de saúde relativo à proteção e manutenção da privacidade no hospital.

ASSUNTO(S)

personal space factor analysis hospitalization territorialidade hospitalização validade dos testes psychometrics territoriality validity of tests assistência ao paciente scales análise fatorial espaço pessoal privacidade privacy autonomia pessoal psicometria patient care personal autonomy escalas

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