São as histórias que nos dizem mais: emoção, reflexão e ação na sala de aula

AUTOR(ES)
DATA DE PUBLICAÇÃO

2007

RESUMO

Ao chegar à disciplina Habilidades Integradas I, na Faculdade de Letras da UFMG, um estudante de língua inglesa vive um mundo cercado de memórias, relações, crenças, conflitos, ideologias e preferências quanto ao processo de ensino-aprendizagem. Sua experiência prévia e suas emoções influenciam a maneira como age na sala de aula. Nesse cenário, a complexa experiência desse estudante vai muito além do que argumentam diversas teorias contemporâneas de aquisição de segunda língua. Essas teorias, conforme com a tradição do pensamento ocidental, dificultam senão obliteram a compreensão histórica e situada dessa experiência. Ao pôr em conversação a Biologia do Conhecer com as Pesquisas Narrativa e Etnográfica, elaboro um exercício sistêmico que oferece instrumentos para sua compreensão. Com o uso de diversos procedimentos de observação, indico como os participantes da pesquisa refletem sobre sua aprendizagem no semestre letivo, ao revelarem marcos positivos e negativos em suas trajetórias, identidades, sentimentos, desafios e conflitos. Defendo a tese de que suas emoções, reflexões e histórias de aprendizagem modulam suas ações em sala. Argumento que ao narrarem suas histórias eles passam por um processo no qual se dão conta dos múltiplos aspectos que influenciam sua conduta como alunos. No processo reflexivo, sentem-se valorizados. A partir daí podem questionar certezas e alterar emoções e ações que restringem seu desempenho e desenvolvimento na língua inglesa, tornando sua aprendizagem um processo consciente e efetivo. É inegável o impacto positivo da reflexão sobre a aprendizagem de uma língua, porém mudar a conduta na sala de aula, se necessária, desejada e possível, pode implicar em lidar com outras emoções e aspectos do sistema que extrapolam os envolvidos na atividade reflexiva. O valor da reflexão está na possibilidade do estudante assumir sua responsabilidade pelo curso de sua própria história. Ao recorrer a conceitos da Biologia do Conhecer, o presente trabalho propõe discussões que fortalecem e oferecem contribuições para estudos anteriores que têm buscado compreender a complexidade do sistema que compõe as experiências de sala de aula de língua estrangeira como: a) o conflito entre crenças e estilos de ensino e aprendizagem; b) o caráter fluído e instável das emoções na aprendizagem, na reflexão e nas identidades dos estudantes; c) o falar inglês. Concluo integrando a epistemologia proposta a práticas pedagógicas situadas e efetivas.

ASSUNTO(S)

língua inglesa estudo e ensino falantes estrangeiros teses. aprendizagem aspectos psicologicos. teses. emoções e cognição teses. cognição teses. biologia filosofia teses ambiente de sala de aula teses.

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