Rotura intestinal durante a gravidez devido a endometriose profunda infiltrativa: relato de caso

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Bras. Ginecol. Obstet.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2018-04

RESUMO

Resumo Relatamos o caso de uma mulher de 33 anos que apresentava de dismenorreia grave desde a menarca. Entre 2003 e 2009, a paciente foi submetida a quatro laparoscopias para o tratamento de dor associada à endometriose. A dor persistiu apos as 4 cirurgias apesar do uso de análogos do hormônio de liberação de gonadotropina (GnRH) e da inserção de um sistema intrauterino de levonorgestrel (SIU-LNG). Finalmente, uma colonoscopia realizada em 2010 revelou estenose rectosigmoide, provavelmente devido à compressão extrínseca. A paciente foi aconselhada a engravidar antes de tratar a lesão intestinal. A gravidez espontânea ocorreu logo após a remoção de LNGIUS em 2011. Na 33ª semana de gestação, a paciente começou a sentir dor abdominal intensa, sem febre ou sinais de peritonite. Como a dor piorou consideravelmente, a paciente foi submetida à cesariana com nascimento prematuro de um menino saudável. Durante a cesárea foi identificado rotura intestinal com peritonite grave e sepse. Uma colostomia foi realizada, e a paciente admitida no centro de terapia intensiva por 8 dais. A colostomia foi fechada e um novo SIU-LNG inserido. A paciente passou a ser tratada pela nossa equipe multidisciplinar de endometriose. A avaliação diagnóstica revelou a presença de lesões intestinais com compressão extrínseca do reto. Foi então submetida a uma excisão laparoscópica das lesões endometrióticas, incluindo umendometrioma ovariano, adesiólise e colectomia segmentar em 2014. Ela está agora totalmente recuperada e planeja nova gravidez. Uma ultrassonografia transvaginal (TVUS) realizada seis meses após a cirurgia revelou sinais de aderências pélvicas sem lesões de endometriose.

ASSUNTO(S)

endometriose infiltrativa profunda endometriose intestinal rotura intestinal complicações na gravidez

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