Risco para úlcera por pressão em idosos institucionalizados

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DATA DE PUBLICAÇÃO

2010

RESUMO

A úlcera por pressão (UP), agravo importante encontrado na população idosa institucionalizada, além de aumentar os gastos com os cuidados prestados, tem repercussões relevantes em suas vidas, como o aumento na morbidade e diminuição da qualidade de vida, podendo até levar à morte. Este estudo descritivo transversal e correlacional teve como objetivo analisar os fatores de risco para o desenvolvimento de UP apresentados por idosos institucionalizados. Foi desenvolvido com 97 idosos, com 60 anos ou mais, residentes em duas instituições de longa permanência para idosos (ILPI) de uma cidade do interior de Minas Gerais. Para a coleta de dados foram utilizados instrumentos para identificação do idoso, com variáveis sócio-demográficas e condições clínicas; Escala de Braden; Escala de Katz; Avaliação Nutricional Subjetiva Global e avaliação do nível sérico de albumina, que foram aplicados pela pesquisadora e por três enfermeiras treinadas. Os dados obtidos foram submetidos a análise descritiva e inferencial, utilizando os testes de Kolmogorov-Smirnov, t de Student, qui-quadrado de Pearson, Teste Exato de Fisher e de Mann Whitney. Buscou-se por associações entre incapacidade funcional, estado nutricional e risco para o desenvolvimento de UP, a fim de estabelecer a predição de risco. Para avaliar os fatores que contribuíram para a ocorrência de UP, utilizou-se o modelo de regressão logística tendo a ocorrência de UP como variável resposta. A maioria dos idosos era do sexo feminino (59%), com média de idade de 77 anos, analfabetos (55%), de cor ou raça branca (67%), solteiros (63%), sem filhos (68%) e provenientes de domicílio próprio (49%). Anteriormente, 30% moravam sozinhos e tinham dificuldades para realizar atividades de vida diária (AVD), sendo este o motivo principal da institucionalização. Houve predomínio de doenças cardiovasculares (72%), uso de neurolépticos ou psicotrópicos (80,4%) e antihipertensivos (57,7%). A hipertensão arterial e diabetes estiveram presentes em 62% e 20% dos idosos, respectivamente. O escore médio da escala de Braden foi de 19,24 pontos, sendo que 36% dos idosos apresentaram risco para desenvolvimento de UP. Entre os idosos, 77% possuíam alguma dependência para AVD, todos foram classificados como bem nutridos e a maioria (88%) tinha nível sérico de albumina normal. Observou-se que 10,3% possuíam UP, com localizações frequentes na região sacral (45%) e trocantérica (19%). Houve predomínio de UP em estágio IV (37%) e III (24%). Não houve diferença estatisticamente significativa (p>0,05) entre os indivíduos com ou sem UP nas variáveis clínicas, uso de medicamentos e nas sócio-demográficas, exceto para grau de instrução. Encontrou-se diferença estatisticamente significativa para as variáveis referentes às AVD e subescalas de Braden (p<0,05) e na presença de nível sérico normal de albumina (p<0,002), além de depleção leve (p<0,009). Houve alta correlação entre Categorias da Escala de Katz e Pontuação da Escala de Braden (coeficiente de correlação = 0,839; p<0,05) e baixa correlação entre subescala nutrição de Braden e nível sérico de albumina (coeficiente de correlação = 0,277; p<0,05). Encontrou-se uma relação estatisticamente significativa entre nível sérico de albumina, pontuação na escala de Braden e existência de UP. Este estudo contribui para o conhecimento sobre os fatores de risco para UP em idosos institucionalizados, mas outros devem ser realizados a fim de verificar a relação entre as condições clínicas, psicossociais e o desenvolvimento de UP.

ASSUNTO(S)

avaliação nutricional decs humanos decs idoso decs enfermagem teses instituiçâo de longa permanência para idosos decs fatores socioeconômicos decs masculino decs enfermagem decs diabetes mellitus decs dissertações acadêmicas decs Úlcera de pressão decs nÍvel de saúde decs hipertensão decs fatores de risco decs feminino decs

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