Riqueza e diversidade de aves aquáticas de uma lagoa natural no sudeste do Brasil

AUTOR(ES)
FONTE

Revista Brasileira de Zoologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

2005-12

RESUMO

O aumento ou decréscimo das populações de aves aquáticas tem sido usado como indicador da qualidade de água e conseqüentemente da qualidade ambiental. O objetivo do presente trabalho foi o de inventariar e monitorar a avifauna aquática da maior lagoa da região do sistema cárstico de Lagoa Santa, região central de Minas Gerais, dentro da 'Área de Proteção Ambiental Carste de Lagoa Santa' (APA LS), a Lagoa do Sumidouro. A Lagoa ocupa uma área de aproximadamente 253 h na época de maior cheia e apresenta um perímetro de cerca de 12.072 m. Durante o período de junho de 1999 a dezembro de 2002 foram estimadas a riqueza e a abundância das aves aquáticas presentes na Lagoa. Foram registradas 27 espécies de aves aquáticas, distribuídas em 12 famílias. Das 27 espécies registradas, 12 foram consideradas residentes ou prováveis residentes e oito visitantes. Sete espécies não apresentaram nenhum padrão distinto de presença sazonal. A família mais bem representada foi Ardeidae com seis espécies perfazendo 23% do total de espécies. Em seguida, a família Anatidae com cinco espécies (15%) e Scolopacidae sendo representada por três espécies (11% do total). Uma das espécies Platalea ajaja Linnaeus, 1758 é considerada ameaçada de extinção no Estado de Minas Gerais, enquanto outras duas Mycteria americana Linnaeus, 1758 e Ciconia maguari (Gmelin, 1789) são consideradas raras. Não houve diferença significativa entre a riqueza de espécies estimada para as três estações ('chuvosa', 'seca' e 'transição'). A diversidade de espécies mostrou-se significativamente diferente entre as três estações, sendo a estação chuvosa com a maior diversidade. A presença de espécies ameaçadas de extinção e local de parada de espécies migratórias faz com que a região da APA Carste de Lagoa Santa seja considerada uma área de extrema importância referente aos aspectos biológicos.

ASSUNTO(S)

biodiversidade bioindicador cerrado migração platalea ajaja minas gerais

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