Revisão taxonômica da malacofauna fóssil da Bacia de Itaboraí (Paleoceno), Rio de Janeiro / Taxonomic revision of the fossil molluscan fauna of Itaboraí Basin (Paleocene), Rio de Janeiro

AUTOR(ES)
FONTE

IBICT - Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia

DATA DE PUBLICAÇÃO

06/12/2011

RESUMO

As fácies calcárias da Bacia de Itaboraí, Rio de Janeiro, Brasil, são muito famosas por sua abundante fauna de mamíferos. Entretanto, Itaboraí também abriga uma rica fauna de gastrópodes pulmonados do Paleoceno Médio, tanto terrestres quanto dulciaquícolas. Contudo, os estudos lidando com essa malacofauna abrangem apenas as descrições originais das espécies. Nenhuma revisão taxonômica de maior escopo foi realizada nesses pouco mais de 80 anos desde a descoberta da bacia, embora seja possível identificar diversos problemas com a taxonomia desses fósseis. Desse modo, neste estudo realiza-se uma extensiva revisão taxonômica dessa fauna, descrevendo-se inclusive quatro novas espécies. Após a revisão, a nomenclatura e classificação dos pulmonados fósseis de Itaboraí encontram-se da seguinte maneira: Austrodiscus lopesi (Charopidae); Biomphalaria itaboraiensis e ? Vorticifex fluminensis (Planorbidae); Brachypodella britoi (Urocoptidae); Brasilennea arethusae, Brasilennea minor e Brasilennea sp. nov. (Cerionidae); Bulimulus fazendicus, Bulimulus sommeri, Bulimulus trindadeae, Cyclodontina coelhoi, Itaborahia lamegoi, Leiostracus ferreirai e Orthalicidae gen. nov. carvalhoi (Orthalicidae); Cecilioides sommeri (Ferussaciidae); Eoborus sanctijosephi, Eoborus sp. nov. 1, Eoborus sp. nov. 2 (Strophocheilidae); Gastrocopta mezzalirai, Gastrocopta sp. nov. (Vertiginidae); Temesa magalhaesi (Clausiliidae). A espécie Strobilopsis mauryae foi considerada sinônimo de Brasilennea arethusae. Além disso, relata-se pela primeira vez a ocorrência de ? Cyclodontina cf. (Plagiodontes) dentata para Itaboraí. A bacia conta com os registros fósseis mais antigos das famílias Ferussaciidae e Strophocheilidae. Além disso, os registros de Itaboraí das famílias Charopidae, Clausiliidae, Cerionidae, Orthalicidae, Urocoptidae e Vertiginidae estão entre os mais antigos do mundo. Dentre esses, os registros de Cerionidae, Clausiliidae e Urocoptidae merecem destaque por estarem bem afastados das distribuições atuais das famílias. Ademais, os registros de Itaboraí são os mais antigos para os gêneros Austrodiscus, Brachypodella, Cecilioides, Cyclodontina, Eoborus, Gastrocopta, Leiostracus e Temesa (além, é claro, dos três gêneros endêmicos da bacia, Brasilennea, Itaborahia e Orthalicidae gen. nov.). É surpreendente que um registro tão diverso quanto o de Itaboraí seja pouco explorado, uma vez que ele possui um grande potencial para ajudar a responder diversas questões sobre biogeografia e sistemática

ASSUNTO(S)

bacia de itaboraí itaboraí basin mollusca mollusca paleocene paleoceno pulmonata pulmonata

Documentos Relacionados