Revascularização miocárdica em pacientes octogenários: estudo retrospectivo e comparativo entre pacientes operados com e sem circulação extracorpórea
AUTOR(ES)
Lima, Ricardo, Diniz, Roberto, Césio, Antonio, Vasconcelos, Frederico, Gesteira, Mário, Menezes, Alexandre, Baltar, Alexandre, Sampaio, Hermano, Aquino, André, Escobar, Mozart
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2005-03
RESUMO
OBJETIVO: O objetivo do presente trabalho é comparar e analisar os benefícios da cirurgia com e sem CEC, em pacientes octogenários. MÉTODO: Foram analisados dados retrospectivos dos pacientes com 80 anos de idade ou mais, no período de dezembro 1995 a dezembro de 2003. Neste período, 73 pacientes foram submetidos à revascularização do miocárdio (RM), sendo 26 (35,6%) com CEC e 47 (64,4%), sem CEC. Os dados demográficos, fatores de risco pré-operatório, comorbidades, classe da angina (CCVS), complicações pós-operatórias e resultados cirúrgicos foram comparados entre os dois grupos (com CEC e sem CEC). Utilizou-se o teste de "t de Student" na comparação entre os grupos e foi considerado um nível de significância de p < 0,05. RESULTADOS: Ambos os grupos apresentaram maior risco pré-operatório, embora o grupo sem CEC tenha exibido menor mortalidade cirúrgica (11,5% x 2,1%, p<0,05). Não foi observado acidente vascular cerebral (AVC) nos pacientes operados sem CEC (11,5% x 0,0% p<0,005). Foi menor a presença de nova fibrilação atrial (FA), no pós-operatório imediato, no grupo operado sem CEC (30,8% x 12,8% p<0,005). O tempo de ventilação mecânica, no pós-operatório, e a presença de insuficiência respiratória foram menores no grupo sem CEC (p<0,001). Presença de insuficiência renal aguda (IRA) foi de 19,2% nos pacientes operados com CEC e nula nos operados sem CEC (p<0,05). Necessidade de transfusão de sangue ou hemoderivados foi menor no grupo sem CEC (69,2% x 31,9%, p<0,005). O tempo médio de permanência na UTI e hospitalar foi menor no grupo sem CEC (p<0,05). Nos pacientes livres de complicações no pós-operatório, o grupo sem CEC foi maior 89,4% x 61,5% nos pacientes operados com CEC (p<0,001). CONCLUSÕES: O presente estudo sugere que pacientes com 80 anos ou mais de idade se beneficiam quando submetidos à cirurgia de RM sem CEC, e este procedimento está associado a baixas taxas de complicações pós-operatórias: AVC, FA, IRA e insuficiência respiratória, bem como menor tempo de UTI e de permanência hospitalar, menor uso de hemoderivados e menor mortalidade. Em pacientes octogenários, a cirurgia de RM sem CEC é uma técnica segura e eficaz, podendo ser a operação de escolha, quando aplicada com a devida indicação.
ASSUNTO(S)
revascularização miocárdica circulação extracorpórea
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