Revascularização do miocárdio em pacientes após a oitava década de vida
AUTOR(ES)
ALMEIDA, Rui Manuel Sequeira de, LIMA JR., José Dantas, MARTINS, José Fernando, LOURES, Danton Richlin Rocha
FONTE
Brazilian Journal of Cardiovascular Surgery
DATA DE PUBLICAÇÃO
2002-06
RESUMO
OBJETIVO: Avaliar a morbi-mortalidade hospitalar e a qualidade de vida de pacientes, acima de 70 anos de vida, submetidos à operação de revascularização do miocárdio (CRM). CASUÍSTICA E MÉTODOS: No período de julho de 1992 a fevereiro de 2000, foram realizadas 507 CRM, no Serviço de Cirurgia Cardiovascular do Instituto de Moléstias Cardiovasculares de Cascavel. Em 70 destes casos os pacientes tinham idade igual ou superior a 70 anos. Neste grupo predominou o sexo masculino, em 57% dos casos, e a idade média foi de 72,9 anos (70-85 anos). Vinte e seis pacientes apresentavam hipertensão arterial sistêmica, 25 doença pulmonar obstrutiva crônica importante, 17 diabete melito e 8 insuficiência renal crônica, no pré-operatório. Trinta e sete pacientes apresentavam infarto agudo do miocárdio (IAM) pré-operatório, sete haviam sido submetidos à angioplastia transluminal percutânea, sete apresentavam lesão de tronco de artéria coronária esquerda e um havia sido submetido à CRM anteriormente. Foram realizados 2,8 enxertos/ paciente, sendo usados condutos arteriais em 53% dos casos. Foi realizada endarterectomia em sete artérias, aneurismectomia de ventrículo esquerdo em sete pacientes e ventriculectomia parcial esquerda em um. A operação foi realizada em caráter de emergência em nove casos. Houve necessidade de contrapulsação aórtica em quatro pacientes. RESULTADOS: O tempo médio de permanência na UTI e no hospital foi de 4 (1-24) e 12,2 (3-34) dias, respectivamente. A mortalidade hospitalar geral foi de 7,1%. Quando analisada por subgrupos, a mortalidade dos pacientes de 70 a 74 anos (57 casos) foi de 5,3%, e a dos últimos 35 casos de 2,8%. No pós-operatório imediato, as complicações mais freqüentes foram: insuficiência respiratória (10), arritmia atrial (7), alteração de conduta (6), infecção pulmonar (6), embolia pulmonar (5), síndrome de baixo débito (4), IAM (3), AVC (3), insuficiência renal aguda (4) e mediastinite (1). No seguimento tardio, quatro (6,1%) pacientes foram a óbito, dois deles por causas não cardíacas. CONCLUSÃO: Diante destes resultados, os autores acreditam que a CRM pode ser realizada em indivíduos com idade superior a 70 anos, com mortalidade semelhante ao grupo total de pacientes submetidos à operação de revascularização do miocárdio. Entretanto, considerando-se as altas taxas de morbidade, há necessidade de indicação criteriosa e de preparo rigoroso para diminuir as complicações pós-operatórias.
ASSUNTO(S)
coronariopatia revascularização miocárdica revascularização miocárdica
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