Retinopatia falcêmica: caracterização da doença na população acima de 40 anos de idade
AUTOR(ES)
Aguiar, Aline Guerreiro; Aguiar, Levy Paz; Santos, Verônica Larissa Vasconcelos dos; Oliveira, Dayse Cury de Almeida
FONTE
Rev. bras.oftalmol.
DATA DE PUBLICAÇÃO
2020-03
RESUMO
Resumo Objetivos: Este artigo tem como objetivo avaliar a prevalência de alterações retinianas observadas pelo exame de oftalmoscopia binocular indireta em pacientes com doença falciforme (HbSS e HbSC) com mais de 40 anos de idade. Métodos: Estudo retrospectivo com pacientes com doença falciforme (DF) na faixa etária acima de 40 anos, atendidos em serviço especializado em Salvador, Brasil nos últimos 10 anos. Todos os pacientes foram submetidos ao preenchimento da ficha clínica, em que incluía perfil sociodemográfico, clínico e exame oftalmológico. Os pacientes foram divididos em dois grupos (SS ou SC), de acordo com seu padrão genotípico da hemoglobinopatia (HbSS ou HbSC). A classificação da retinopatia foi realizada de acordo com Goldberg em retinopatia não proliferativa e proliferativa. Um valor de p<0.05 foi considerado estatisticamente significante. Resultados: Um total de 97 pacientes (194 olhos) foram avaliados, sendo 44 (45%) do grupo SC e 53 (55%) do grupo SS. Dos 97 pacientes, 19 (19,5%) não apresentavam alterações retinianas e 78 (80,5%) apresentavam retinopatia falcêmica. Destes 78 pacientes com alterações retinianas, 22 (28%) possuem sinais de retinopatia não proliferativa e 56 (72%) possuem alterações proliferativas. O aumento da tortuosidade vascular foi o sinal de doença não proliferativa mais observado (26,8% dos olhos) em ambos os grupos. Os pacientes do grupo SC apresentaram a maior proporção de achados proliferativos, como áreas de não perfusão retiniana, que os pacientes SS (30%) (p = 0.015). Conclusão: Os resultados sugerem a necessidade de manter um acompanhamento oftalmológico regular dos pacientes com DF, especialmente pacientes com maior faixa etária, devido à alta prevalência observada (80,5%) de retinopatia falcêmica em pacientes acima de 40 anos de idade.
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