Retenção inadvertida de corpos estranhos após intervenções cirúrgicas. Análise de 4547 casos

AUTOR(ES)
FONTE

Rev. Col. Bras. Cir.

DATA DE PUBLICAÇÃO

2016-02

RESUMO

Objetivo: avaliar a experiência de cirurgiões brasileiros com a retenção inadvertida de corpos estranhos (RICE) após procedimentos cirúrgicos. Métodos : foi enviado por correio eletrônico um questionário para cirurgiões, de março a julho de 2012. As questões avaliavam a sua experiência com RICE, os tipos de corpos estranhos, suas manifestações clínicas, diagnósticos, fatores de risco e implicações jurídicas. Resultados : 2872 questionários foram analisados. Destes, 43% dos cirurgiões já teriam deixado algum corpo estranho (CE) e 73% removido um CE em uma ou mais ocasiões. De um total de 4547 CE, 90% eram têxteis, 78% foram descobertos dentro do primeiro ano, e 14% assintomáticos. No grupo dos médicos graduados há menos de cinco anos, 36% já havia deixado um CE. Os procedimentos operatórios mais relacionados eram eletivos (54%) e rotineiros (85%). Emergência (26%), ausência de contagem (25%) e condições inadequadas de trabalho também contribuíram com a ocorrência (12,5%). Em 46% dos casos os pacientes tomaram ciência da retenção e 26% deles processaram os médicos ou as instituições. Conclusão: s ituações médicas desafiadoras, omissão de protocolos de segurança e condições inadequadas de trabalho contribuíram com a RICE. Entretanto, as RICE ocorreram principalmente em operações de rotina, como cesarianas e colecistectomias, principalmente no início da carreira profissional, ressaltando, principalmente em países mais pobres, a necessidade de prevenção primária. Os têxteis predominaram, acarretando repercussões clínicas e sendo diagnosticados nos primeiros meses de pós-operatório. Os médicos foram processados em 11,3% dos casos de RICE.

ASSUNTO(S)

corpos estranhos complicações pós-operatórias instrumentos cirúrgicos

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